Manaus (AM) – A crise entre o Executivo municipal e os profissionais da educação ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (9), com o anúncio de que o vereador Rodrigo Guedes (PP) irá protocolar um pedido de impeachment contra o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). A decisão, segundo Guedes, será oficializada nesta terça-feira (10), com base em suspeitas de irregularidades no uso de recursos do Fundeb e na forma como o reajuste salarial da categoria vem sendo conduzido.
A tensão se intensificou após o reajuste de apenas 5,48% concedido pela Prefeitura aos servidores da educação – índice bem abaixo dos 10% reivindicados por sindicatos e representantes da categoria. Na manhã desta segunda, o Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical) organizou um protesto em frente à Câmara Municipal, exigindo transparência na gestão e a reabertura imediata da mesa de negociação com o Executivo.
“Estamos diante de uma gestão que não respeita os profissionais da educação, mesmo com o orçamento municipal crescendo ano após ano”, disparou Guedes durante seu discurso na tribuna. “Enquanto os recursos aumentam, os servidores continuam sendo ignorados. Para contratos suspeitos e gastos questionáveis, sempre há verba. Para a educação, sobra o discurso vazio.”
O vereador também fez duras críticas à conduta do prefeito em relação às reivindicações da classe:
“A população de Manaus não pode aceitar a desvalorização de quem faz a educação pública acontecer. Isso não é apenas má gestão. É descaso institucionalizado.”
A iniciativa de Guedes, embora simbólica em um cenário político onde a base do prefeito detém maioria na Câmara, promete acirrar os debates sobre transparência e responsabilidade fiscal na gestão dos recursos da educação. O parlamentar afirmou que seu pedido será fundamentado no suposto uso irregular de verbas federais destinadas ao setor, o que, se confirmado, pode configurar infração político-administrativa.
Nas redes sociais, o Asprom Sindical reforçou sua posição, destacando a falta de diálogo por parte da Prefeitura e cobrando uma “contraproposta justa e compatível com a realidade orçamentária”.
Próximos passos
A expectativa agora se volta para a tramitação do pedido de impeachment e para a postura que os demais vereadores adotarão diante da grave denúncia. Em paralelo, os servidores da educação prometem manter a mobilização, ampliando a pressão sobre a administração municipal.
Rodrigo Guedes concluiu:
“Não é só uma luta por números. É por dignidade. É preciso reagir antes que a educação de Manaus afunde de vez.”