Mundo – Na França, cientistas do Instituto Gustave Roussy em colaboração com a empresa de biotecnologia OSE Immunotherapeutics estão à beira de concluir as investigações necessárias para lançar no mercado uma inovadora vacina destinada a combater o câncer de pulmão metastático. Nas fases finais de pesquisa, a equipe pesquisadoraobservou que o medicamento imunoterápico denominado Tedopi reduz consideravelmente o risco de mortalidade em 41%.
Simultaneamente, a qualidade de vida dos pacientes manteve-se estável ao longo do tratamento com a vacina. Durante os ensaios clínicos, essa nova terapia de combate ao câncer avançado resultou em menos efeitos adversos graves em comparação com a média dos tratamentos atualmente disponíveis, incluindo a quimioterapia.
Com base nos resultados atuais, Benjamin Besse, diretor de pesquisa clínica do instituto francês, enfatizou que “a Tedopi é a primeira vacina contra o câncer a demonstrar resultados positivos na sobrevivência em um estudo randomizado de Fase 3 em pacientes com câncer avançado e metastático”.
A vacina é eficaz contra todos os tipos de câncer?
É importante ressaltar que, por ora, os ensaios clínicos da nova vacina envolvem exclusivamente pacientes que sofrem de câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) em estágios avançados ou metastáticos. Todos os participantes selecionados não responderam positivamente a nenhum outro tratamento anteriormente proposto, o que significa que o alcance de sua aplicação ainda é limitado.
Como funciona a vacina contra o câncer de pulmão metastático?
A vacina Tedopi, projetada para auxiliar na luta contra o câncer, é composta por cinco diferentes antígenos associados ao tumor, desencadeando assim a produção de anticorpos pelo sistema imunológico do paciente, direcionados especificamente para combater o câncer. A imunização bem-sucedida exige que os pacientes tenham um marcador genético denominado HLA-A2.
Vale destacar que, embora o termo “vacina” seja utilizado, essa inovadora terapia é destinada exclusivamente a pacientes já diagnosticados com câncer, ou seja, não possui finalidade preventiva. O termo “imunizante” é empregado devido à sua capacidade de potencializar e estimular o sistema imunológico do paciente para combater o tumor, caracterizando-a como uma forma de imunoterapia.