Brasil – A violenta disputa territorial entre facções criminosas que atuam no tráfico de drogas nas comunidades do Rio de Janeiro ganhou mais um capítulo sangrento nesta quarta-feira (11), após a morte do traficante Kaioba do 18. Integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) e do Comando Vermelho (CV) seguem em confronto direto pelo controle do Morro do Fubá, entre os bairros de Cascadura e Campinho, na Zona Norte da capital.
O conflito se agravou após a execução brutal de Kaio da Silva Honorato, conhecido como Kaioba do 18, integrante do CV, que foi morto com tiros de fuzil na cabeça no último domingo (9). A morte ocorreu durante um confronto no Morro do Fubá, onde traficantes do TCP já tentavam retomar o território que havia sido invadido por rivais.
Nesta quarta-feira, Cocão da Serrinha, um dos principais nomes do TCP na região, divulgou um vídeo nas redes sociais com ameaças diretas à facção rival, em uma tentativa clara de reafirmar o domínio do grupo sobre a área.
“Tão dando tiro lá do mato, lá do mato desesperado. Quem tá aqui sou eu, sou eu – Cocão. Vai ficar não, pode vir de baque e não vai ficar não. O fubazão é nosso”, declarou Cocão no vídeo, que circula em grupos e páginas ligadas ao tráfico nas redes sociais.
A tensão atual começou após uma ofensiva do CV, que, sob liderança de Bruno Silva Souza, o Tiriça da Barão, e Kaioba, invadiu o Morro do Fubá no início da semana. Desde então, o local virou uma zona de guerra entre as facções.
Imagens gravadas por drones, utilizadas pelos próprios criminosos, mostram o momento em que integrantes do CV retiraram o corpo de Kaioba de uma área de mata. Ele teria sido levado de carro até uma unidade hospitalar, onde foi confirmada sua morte por policiais do 3º Batalhão (Méier).
Moradores da região vivem dias de terror com intensos tiroteios, barricadas e o aumento da presença armada nas ruas. Relatos apontam que criminosos usam táticas militares, incluindo uso de drones e armamento pesado, para monitorar e atacar rivais.
O Morro do Fubá, que se tornou o centro dessa disputa, é estratégico para o tráfico por sua localização e ligação com outras comunidades da Zona Norte. A facção que mantiver o controle do local terá acesso facilitado para distribuição de drogas e movimentação de armamentos.
