A empresa Starlink do Elon Musk é uma das principais provedoras de internet na Amazônia, revelam dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Cerca de 90% municípios dos estados que compõem a Amazônia legal têm clientes do serviço.
Autorizado a operar no país desde janeiro de 2022, a Starlink é uma provedora de banda larga fixa por satélite. A empresa está disponível na Amazônia legal desde setembro daquele mesmo ano.
Segundo dados da Anatel, 697 dos 772 municípios da Amazônia legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão) têm antenas para captação de internet da Starlink.
Ao site BBC, a Anatel afirmou ser comum encontrar Starlink nos garimpos. O veículo captou imagens de antenas da empresa junto a armas, munição e ouro recolhido em operações da Polícia Federal e do Ibama.
“Em geral, as antenas são colocadas nos acampamentos e nas dragas de garimpo”, disse a Anatel ao BBC News. Do início do ano até o começo de setembro, foram realizados 32 termos de apreensão em ações contra garimpo ilegal.
A internet mais rápida proporciona comunicação de alta velocidade para criminosos, facilitando o trabalho de garimpeiros e traficantes de madeira.
Internet para mais pessoas
A Starlink também proporcionou conexão para comunidades remotas da Amazônia. Indígenas yanomami comentaram ao BBC News Brasil que a antena permitiu comunicação em alta velocidade com profissionais de postos de saúde e familiares doentes.
A estabilidade da internet da Starlink garantiu facilidades em pagamentos, permitindo compras com cartões de débito, crédito ou Pix.
Ameaça à soberania nacional
Contudo, a hegemonia da Starlink na Amazônia é um potencial risco à soberania nacional. Sendo o principal fornecedor de conexão da região, a empresa detém uma enorme quantidade de dados, além de dar o controle sobre a conexão nas mãos de uma única companhia.