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Somos um programa de computador? Físico testa hipótese de simulação

Imagem de: Samsung alfineta Apple com vídeo para defender o uso do padrão RCS de mensagens

Um estudo publicado recentemente por um físico da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, faz um reexame da chamada segunda lei da infodinâmica e sua aplicabilidade em diversos campos do conhecimento, para apoiar a “hipótese de simulação”. Essa teoria filosófica propõe que o universo inteiro, incluindo nós e nossa realidade objetiva, somos apenas personagens de um mundo virtual avançado.

A segunda lei da infodinâmica foi proposta em 2022 pelo autor do trabalho atual, Melvin Vopson, em parceria com o matemático Serban Lepadatu, do Instituto Jeremiah Horrocks de Matemática, Física e Astronomia também do Reino Unido. Segundo eles, a entropia em sistema de informação funciona ao contrário da entropia em fenômenos físicos comuns, ou seja, permanece estável ou diminui com o passar do tempo.

Reafirmando a aplicabilidade da segunda lei da infodinâmica “à informação digital, informação genética, física atômica, simetrias matemáticas e cosmologia”, Vopson vai além no estudo atual, e testa sua lei, para ver se ela poderia “apoiar ainda mais a hipótese da simulação, transferindo-a do domínio filosófico para a ciência dominante”.

Testando a hipótese de simulação sob a ótica da 2ª lei da infodinâmica

Contrapondo leis da termodinâmica e da infodinâmica, Vopson tenta “enquadrar” a natureza.Fonte:  Getty Images 

Na série de testes que realizou, Vopson começou com a genética, analisando sequências de RNA das diferentes variantes do vírus da covid-19. Ele descobriu que, à medida que sofriam mutações, as variantes do SARS-CoV-2 exibiam uma diminuição na entropia da informação. Essas descobertas sugerem que havia algum tipo de mecanismo governando a mutação não de forma aleatória, mas sob os pressupostos da segunda lei da infodinâmica.

Levando a pesquisa ao campo da física, ele apurou que a organização dos elétrons em um átomo é feita de forma a minimizar a entropia da informação. Isso significa que, para o Universo continuar sua expansão, o aumento da entropia física, regulada pela segunda lei da termodinâmica, deve ser equilibrado por uma correspondente redução na entropia da informação.

Embora se saiba há muito tempo que esses princípios de simetria são regulados pela natureza, ainda há pouca informação sobre porque isso ocorre. “Minhas descobertas demonstram que a alta simetria corresponde ao estado de entropia de informação mais baixo, explicando potencialmente a inclinação da natureza em direção a isso”, conclui Vopson.

Na hipótese de simulação, quem programa o Universo?

Vopson busca confirmar a hipótese de simulação com a lei que criou.Fonte:  Getty Images 

A pesquisa de Vopson busca confirmar a hipótese de que todo o excesso de informação é removido, da mesma forma que um computador deleta ou comprime informações para poupar espaço, ou economizar energia. Com isso, o físico reforça a ideia de que estaríamos vivendo dentro de uma simulação.

O passo seguinte é validar experimentalmente essas descobertas, testando, por exemplo, se os bits teriam massa como os átomos, sendo detectados em uma colisão partícula-antipartícula.

Finalmente, se confirmada a hipótese de uma simulação comprimida e otimizada do Universo, o próximo passo seria saber quem opera esse sistema tão profundo e complexo.

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