Brasil – O ex-policial militar Ronnie Lessa revelou que assassinou a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) após receber a promessa de que se tornaria um dos líderes de uma nova milícia em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro.
De acordo com Ronnie, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão lhe ofereceram um loteamento clandestino avaliado em milhões de reais. Essas informações fazem parte da delação premiada de Ronnie Lessa e foram divulgadas pelo programa Fantástico, da TV Globo.
“Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de 20 milhões de dólares. A gente não está falando de pouco dinheiro (…) Ninguém recebe uma proposta de receber dez milhões de dólares simplesmente para matar uma pessoa (…) Então, na verdade, eu não fui contratado para matar Marielle como um assassino de aluguel. Eu fui chamado para uma sociedade”, disse Lessa, em delação.
De acordo com um relatório da Polícia Federal, Ronnie Lessa, um dos responsáveis pela execução de Marielle Franco, foi abordado pela primeira vez no “segundo semestre de 2017” pelo sargento reformado da Polícia Militar do RJ, Edmilson Macalé. O sargento apresentou a proposta a Lessa, afirmando que como recompensa receberiam uma “grande extensão de terras”.
Em março, foram presos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCERJ), o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.
Conforme o relato de Ronnie Lessa, Marielle Franco estava “prejudicando os interesses dos irmãos Brazão”, especialmente nas comunidades de Jacarepaguá (RJ). Os advogados de Domingos e Chiquinho Brazão alegam que não existem provas para sustentar a narrativa apresentada por Lessa.