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Os fundamentos da construção de mensagem em um mundo de IA

Imagem de: Edge Computing e Machine Learning: oportunidades e desafios para o futuro

Por Thiago Muniz

Você está dirigindo um carro em uma estrada deserta em um dia muito quente. É um lugar com pessoas a quilômetros de distância. Sua gasolina acaba e o carro para no meio da estrada. Normalmente uma pessoa nessa situação fica preocupada, mas você respira fundo, sai do carro, pega na mala um galão de gasolina e… simplesmente abre o galão e derrama gasolina em todo o capô do carro.

Você sabia o que precisava fazer para não parar no meio do caminho, mas no final tomou uma decisão bastante errada. É isso que acontece quando você não usa os princípios certos para construir mensagens em um mundo onde produzir conteúdo virou uma commodity.

O dia quente e as decisões erradas: como a inteligência artificial pode atrapalhar suas vendas.

Ferramentas de inteligência artificial como o Chat GPT entre outros criam conteúdos baseados em conteúdos já existentes. É plenamente possível que, enquanto você lê esse texto procurando como se diferenciar de seus concorrentes, pelo menos algum deles já está usando alguma ferramenta que pode rapidamente copiar um material de marketing da sua empresa.

Analisar uma página do seu site, seus posts de redes sociais e até mesmo como seu time comercial vende para copiar benefícios, discursos e como você fala das dores que resolve. O Google recentemente já atualizou seus algoritmos para reconhecer como spam conteúdo 100% gerado por IA (inteligência artificial) que for mera cópia de outros conteúdos. Quando optamos por gerar abordagens 100% usando ferramentas de IA estamos criando o formato de lixo eletrônico.

A gasolina do carro acabou: por que a construção de mensagem se tornará cada vez mais importante?

O alcance orgânico quando publicamos e não pagamos para que o público veja a nossa marca nas redes sociais, é extremamente pequeno e mesmo naquelas redes em que ainda existe alcance sem investimento as coisas estão ficando cada vez mais difíceis.

Fazer lives e ter grande audiência, construir e-books gratuitos que serão baixados, as famosas iscas digitais estão cada vez menos funcionando em um mundo em que todos repetem as mesmas fórmulas. Jovens usam mais o TikTok para pesquisar do que o Google. Essa é a hora que a gasolina para no meio da estrada e você fica preocupado. Inteligência artificial se tornará tão comum como a energia elétrica e irá facilitar a cópia em massa de conteúdos e estratégias.

Mesmo com o avanço de tecnologias como a inteligência artificial, as empresas ainda precisam ter em mente a importância da contrução de um conteúdo que gere empatia e cative o usuário. Fonte: Getty Images

Uma hora a gasolina pode acabar no seu mercado: seja porque seus canais de aquisição saturaram, ficaram caros ou porque seu público migrou para outro canal porque todos estão se copiando massivamente e gerando um conteúdo sem graça naquele ambiente.

Como evitar a decisão errada: o que fazer para construir mensagens melhores.

Quando criamos conteúdos e abordagens com dados internos, usando a sua propriedade intelectual, mesmo que qualquer material seja visível para a concorrência e facilmente copiados podem se tornar inúteis. Coca-Cola vs Pepsi, McDonald’s vs Burger King: faria algum sentido, se mesmo com os maiores investimentos de marketing e tecnologia, alguma dessas marcas simplesmente copiasse o conteúdo de uma outra concorrente?

Contar histórias e construir uma narrativa de marca de forma marcante faz com que sua empresa construa uma vantagem competitiva sustentável. 

O poder da marca cada vez mais individual será o grande combustível para se manter relevante e na hora certa colocar o combustível no lugar certo para continuar em movimento. Gerar empatia com o público é a decisão que evita que sua estratégia “pare no meio do caminho”.

Para finalizar: imagine duas plataformas que dão suporte na criação de materiais e que podem gerar diversas formas de conteúdo, como imagens, vídeos e texto. Tecnicamente as soluções são próximas, mas uma é utilizada por uma ferramenta de design desconhecida e a outra é da Adobe que de forma integrada conecta insights das diversas soluções criativas da empresa colaborando durante seu processo criativo de forma cada vez mais assertiva.

A Adobe usa dados próprios, atualizados constantemente por usuários ao redor do mundo todo, que confiam nessa marca há anos para treinar sua IA para sugerir de forma cada vez melhor para designers e videomakers o que pode ser feito. Não é impossível pensar que a outra empresa poderia até ter mais recursos, funcionalidades que teoricamente encurtaram o trabalho.

Mas como essa outra empresa com uma base menor e com menos recursos proprietários poderia competir com a capacidade de diferenciação e atualização da Adobe? Dados internos, proteção intelectual e força da marca são os grandes fundamentos para construir mensagens em um mundo mais competitivo devido à IA.

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CEO da Receita Previsível no Brasil, o publicitário Thiago Muniz é pós-graduado em Gestão de Negócios e Inteligência Competitiva pela ESPM. Acumula 14 anos de carreira no mercado digital, especializado em vendas, marketing e tecnologia. Há cerca de 10 anos ministra aulas de MBA e graduação em alguns dos centros de ensinos mais renomados do país como: Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG). Possui experiência na Espanha, na IEBS School (Escola de Negócios da Inovação e dos Empreendedores, em português).

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