Ficção científica ou a realidade no nosso quintal? Não é de hoje, que os cientistas questionam a relação das mudanças climáticas com o crescente número de epidemias pelo mundo. Pesquisadores têm realizado estudos com amostras retiradas da permafrost tentando compreender se o ressurgimento de vírus inativos por milênios apresentam risco para a humanidade.
A medida que a temperatura do planeta aumenta, geleiras com milhares de anos correm de descongelar, trazendo a tona vírus mortais e ainda desconhecidos para a raça humana. Conheça alguns dos vírus ressuscitados e se eles podem ser uma ameaça.
O que é permafrost?
A permafrost é uma camada do solo que tende a permanecer congelada permanentemente. Estando em uma temperatura abaixo de zero pode conter lama, rochas, gelo, sedimentos e matéria orgânica, proporcionando um ambiente ideal para conservação desse tipo de material.
Ela ocupa cerca de 20% da superfície terrestres e pode ser mais facilmente acessada no Canadá, Rússia e a Floresta Boreal do Alasca. Mas com o aquecimento global, essa camada de gelo está revelando seus segredos.
Armazenando uma grande quantidade de matéria orgânica, alguns animais, plantas e até pessoas, mantém traços de organismos que não circulam livremente há milênios. Mas será que isso é um risco?
Uma história de zumbis
Tecnicamente, os vírus não são seres vivos. Pense neles como algo que pode ser ligado e desligado. Em determinadas condições, os vírus prosperam e conseguem se multiplicar em várias cópias de si. Mas em baixas temperaturas e ambientes desfavoráveis, eles podem se tornar inativos.
Porém essa inatividade em alguns casos não é permanente. É o caso dos vírus identificados em restos mortais de mamutes, lobos e até em humanos. Não é uma história de Halloween, mas pode ser um pouco assustadora. Esses vírus são capazes de ‘voltar à vida’ e voltar a infectar seres vivos.
Os ‘vírus-zumbis’
Diversos estudos realizados com amostras da permafrost têm encontrado vírus muito curiosos, pois eles não só voltam a vida, mas também são gigantes. Conheça cinco dos diversos vírus zumbis!
Pandoravirus yedoma
Mais velhos primeiro! O Pandoravirus yedoma é o vírus mais velho já reativado. Com 48,500 mil anos, esse microrganismo foi encontrado em amostras em um lago em Yekuchi Alas, na Rússia.
Pertencente à família Pandoraviridae, esse vírus gigante de 1 micrômetro, possui algumas características bastante interessantes, como genes codificadores de proteínas que ainda não são bem conhecidas. Eles não são A maior parte dos vírus já encontrados na permafrost pertencem a essa família.
Megavirus mammoth
O Megavirus mammoth e outros dois vírus, Pithovirus mammoth e o Pandoravirus mammoth, foram encontrados na pelagem de um mamute de 27 mil anos. Infectando amebas, esses vírus gigantes são inofensivos para seres humanos.
Cedratvirus lena
O Cedratvírus, também pertencente a família Pithovirus, foi encontrado em amostras da permafrost no extremo oriente da Rússia. De acordo com estudo, ao menos 3 cepas do vírus puderam ser identificadas.
Pacmanvirus lupus
Se você pensou no Pac-man, não foi à toa. Esse vírus foi encontrado em uma amostra do intestino de um lobo siberiano de 27 mil anos.
Seu formato lembra a famigerada figura do videogame dos anos 1980 quando sua cadeia proteica é quebrada. De sua localização e formato, nasceu sua nomenclatura: Pacmanvirus lupus. Ele é um primo distante dos vírus africanos da febre suína, da família Asfarviridae.
Mollivirus sibericum
Um super reprodutor. Esse vírus de 30 mil anos de existência, conseguiu produzir entre 200 e 300 cópias de si, por ameba infectada. Ele possui um formato esférico e uma superfície com cerdas que o fazem parecer uma bolinha peluda.
Riscos para a Humanidade
Os ‘vírus-zumbis’ não são capazes de infectar humanos e outros animais. Os pesquisadores selecionaram para os testes de ressurreição apenas aqueles que interagem com amebas.
Mas em um futuro não muito distante, com o aquecimento global e o degelo, outros vírus, e esses sim patogênicos, possam retornar à atividade. Por isso, o rastreio e a pesquisa são essenciais para que possamos nos proteger e prevenir futuras pandemias.
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