Mundo – As Forças Armadas de Israel anunciaram, nesta quinta-feira (17), a morte de Yahya Sinwar, o líder número 1 do Hamas e responsável pelo planejamento dos ataques de 7 de outubro de 2023 contra Israel. A operação, que teve grande importância estratégica para Israel, eliminou um dos principais alvos do país desde o início do conflito na Faixa de Gaza.
Sinwar, que já havia sido preso por 23 anos em Israel, teve um papel significativo como líder do Hamas dentro da Faixa de Gaza, sendo nomeado chefe da organização em agosto de 2023, após a morte de Ismail Haniyeh. Este último foi assassinado por Israel em julho do mesmo ano, no Irã. A rápida ascensão de Sinwar ao comando terminou após apenas dois meses no cargo.
A morte de Sinwar ocorreu em sua cidade natal, Rafah, no sul de Gaza, após um confronto com soldados israelenses dentro de uma residência. Segundo autoridades israelenses, o terrorista foi identificado por exames de DNA e arcada dentária. Outros dois membros do Hamas também foram mortos na mesma operação.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, celebrou o desfecho, afirmando que Sinwar “destruiu vidas” e que sua morte “não significa o fim da guerra”. A caçada ao líder durou mais de um ano e foi o resultado de “dezenas de ações” conduzidas pelas Forças Armadas e pelo Shin Bet, o serviço secreto israelense.
Jake Sullivan, conselheiro de Segurança dos EUA, confirmou que a Inteligência americana colaborou com Israel para rastrear e capturar líderes do Hamas, incluindo Sinwar, que era conhecido por seu profundo conhecimento do território de Gaza, dificultando as operações para localizá-lo.
Mentor do ataque de 7 de outubro
Yahya Sinwar foi o mentor por trás dos ataques de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu Israel, causando a morte de cerca de 1.200 pessoas e sequestrando outras 230. Este ataque foi o estopim para o atual conflito entre Israel e o Hamas. Desde então, o governo israelense jurou vingança contra Sinwar.
A guerra na Faixa de Gaza também intensificou os confrontos com outro grupo extremista, o Hezbollah, no Líbano, ambos apoiados pelo Irã, aumentando a tensão no Oriente Médio.
Quem foi Yahya Sinwar?
Sinwar, nascido e criado em Rafah, foi eleito chefe do Hamas na Faixa de Gaza em 2017, governando a região por seis anos antes de se tornar o comandante máximo do grupo terrorista. Ele havia sido preso por 23 anos em Israel, após ser condenado por assassinato de dois soldados israelenses e quatro palestinos. Libertado em 2011, Sinwar foi trocado pelo soldado israelense Gilad Shalit, sequestrado pelo Hamas.
Com fluência em hebraico, Sinwar se dedicou a estudar o inimigo durante seu tempo na prisão e, em 2018, durante as negociações com Israel, enviou uma mensagem ao primeiro-ministro Netanyahu, escrita em hebraico, com as palavras “risco calculado”.