Manaus (AM) – A Justiça do Amazonas deu um basta no show do influenciador “Pai Marcos”. Sentença da 2ª Vara de Iranduba proibiu o Instituto Pai Resgatando Vidas de exibir imagens de acolhidos vulneráveis nas redes sociais, após comprovar que o material era usado para arrecadar dinheiro de forma irregular. A decisão escancara abusos cometidos sob a fachada de ajuda social e confirma que a entidade expôs dependentes químicos de forma degradante e ilegal.
Segundo o juiz Saulo Goes Pinto, ficou provado que a entidade explorava comercialmente as imagens dos acolhidos, sem qualquer autorização válida, com o objetivo de captar dinheiro. Além disso, não havia licença sanitária, nem responsável técnico, nem qualquer comprovação de funcionamento regular da chamada “comunidade terapêutica”.
Na própria defesa, o “Pai Marcos” admitiu que usava os vídeos e fotos como estratégia para arrecadação de fundos. A Justiça classificou esse uso como vexatório, degradante e ilegal. Para o juiz, houve violação grave de direitos humanos.
A sentença cita ainda a prisão de Marcos, em maio de 2024, durante a Operação Resgate, que investigou crimes como lavagem de dinheiro, abuso sexual, estelionato e formação de organização criminosa.
Agora, o instituto está proibido de acolher novas pessoas até regularizar toda sua documentação. E, mesmo se voltar a funcionar, qualquer imagem só poderá ser usada com autorização por escrito e avaliação médica que comprove que o acolhido tem discernimento para consentir.
A multa por descumprimento será de R$ 10 mil por dia, limitada a R$ 300 mil.