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IA e Machine Learning: construindo uma defesa cibernética mais forte e proativa

IA e Machine Learning: construindo uma defesa cibernética mais forte e proativa

À medida que o cenário moderno de ameaças cibernéticas se torna cada vez mais complexo, também aumentam as exigências sobre os profissionais de segurança. 

Os adversários estão se tornando mais rápidos – como demonstrado pelo ataque de eCrime mais rápido registrado em 2024, que levou apenas 51 segundos para se concretizar. Eles também estão se tornando cada vez mais sofisticados, aumentando cada vez mais o uso de inteligência artificial (IA) para operar com velocidade, furtividade e escala sem precedentes.

As tecnologias legadas simplesmente não conseguem acompanhar o ritmo. Os sistemas de Gerenciamento de Informações e Eventos de Segurança (SIEM) há muito tempo servem como a espinha dorsal das operações de cibersegurança, oferecendo uma visão centralizada das ameaças em redes. 

No entanto, muitos desses sistemas legados agora estão lutando sob o peso das demandas modernas. O ritmo em que os dados são gerados explodiu, criando vastos data lakes muito além das capacidades de processamento dos SIEMs já obsoletos. O resultado? Os esforços de detecção e resposta são prejudicados, permitindo que os adversários tenham mais tempo e espaço para causar danos.

As organizações estão sob pressão para equilibrar o jogo. Isso significa adotar tecnologias modernas, incluindo IA e machine learning (ML), para melhor detectar, investigar e, em última instância, prevenir ciberataques sofisticados. É aqui, na interseção da inovação e da urgência, que a próxima geração de SIEM emerge como um facilitador crítico da defesa cibernética moderna.

O estado do SIEM legado

Com os tempos de breakout agora medidos em segundos, em vez de minutos ou horas, a capacidade de deter violações depende se as operações de segurança conseguem igualar a velocidade dos adversários. 

Infelizmente, os SIEMs legados são simplesmente muito lentos e complexos para entregar os resultados que as organizações modernas exigem. Em vez de capacitar as equipes de segurança, eles frequentemente se tornam “depósitos de dados”, vastos repositórios de informações que forçam os analistas a vasculhar minuciosamente múltiplas fontes de dados, interfaces e consoles para descobrir sinais significativos.

Esse fenômeno, frequentemente referido como síndrome da “cadeira giratória” (swivel chair), cria ineficiências em todas as etapas do ciclo de vida da ameaça. Os profissionais de segurança ficam alternando entre plataformas SIEM, ferramentas de detecção, soluções de resposta e tecnologias de orquestração, tentando desesperadamente conectar os pontos. Enquanto isso, os atacantes já estão dentro do ambiente, movendo-se lateralmente ou exfiltrando dados.

Produtos pontuais que se posicionam como alternativas SIEM mais leves frequentemente prometem mais agilidade, mas muitos ficam aquém quando se trata de oferecer velocidades de busca em tempo real, visualização robusta de dados ou capacidades de investigação profundas. Essas lacunas, em última análise, prejudicam a capacidade do SOC (Centro de Operações de Segurança) de agir rapidamente e com confiança.

 

As limitações dos sistemas SIEM legados não são apenas técnicas: são humanas. Quando os analistas estão sobrecarregados, forçados a analisar uma montanha de alertas e deixados sem suporte por suas ferramentas, o risco de burnout aumenta drasticamente. Nesse ambiente, atrasos na detecção e alertas perdidos não são apenas possíveis — são inevitáveis.

A revolução da IA

Enquanto os sistemas legados sobrecarregam as equipes de segurança, os adversários estão avançando, cada vez mais transformando tecnologias de ponta em armas para escalar suas operações. Mas a IA não é apenas uma ferramenta para atacantes. Ela também representa uma oportunidade transformadora para os defensores.

Essa mudança já está em andamento. Quase dois terços (64%) dos profissionais de cibersegurança pesquisaram ou compraram ferramentas de IA generativa para aumentar suas capacidades. A razão é clara: a IA e o ML, quando devidamente integrados em sistemas SIEM de próxima geração      podem ajudar os analistas a identificar o que realmente importa. Em vez de se afogarem em dados, as equipes do SOC podem concentrar sua atenção em sinais significativos e acelerar sua resposta.

A IA se destaca em filtrar vastos volumes de telemetria de segurança, correlacionar eventos aparentemente díspares e identificar anomalias que, de outra forma, passariam despercebidas. Esse nível de inteligência contextual é inestimável. Ele permite que as equipes do SOC priorizem incidentes de alto risco de forma mais eficaz, reduzam falsos positivos e obtenham uma compreensão mais profunda das táticas dos adversários.

Isso é especialmente crítico em uma era em que os atacantes estão operando com sofisticação alarmante. Veja, por exemplo, o SCATTERED SPIDER — um grupo de eCrime conhecido por executar ataques complexos entre domínios — ou o FAMOUS CHOLLIMA, um ator patrocinado por estado-nação que conduz campanhas prolongadas de ameaças internas. Combater tais adversários requer tecnologia que possa acompanhar suas táticas, técnicas e procedimentos. A IA dá aos defensores essa vantagem.

Transformando a experiência do analista de segurança

Embora a tecnologia em si seja impressionante, talvez o impacto mais significativo da IA seja sua capacidade de transformar a experiência das pessoas por trás das telas: os analistas de segurança.

Por muito tempo, as equipes do SOC foram soterradas por uma avalanche de alertas, atoladas em tarefas repetitivas e prejudicadas pela proliferação de ferramentas. As soluções SIEM de próxima geração que integram IA e automação oferecem um caminho a seguir, que capacita os analistas ao invés de exauri-los.

Essas soluções oferecem visibilidade abrangente do cenário de ameaças de uma organização, permitindo monitoramento contínuo e detecção precoce de comportamento malicioso. Mais importante, elas reduzem a carga cognitiva sobre os analistas. A IA atua como um multiplicador de força, não como um substituto, automatizando tarefas rotineiras, acelerando a triagem e revelando insights que levariam horas, ou até dias, para serem descobertos manualmente.

Essa parceria humano-máquina é fundamental. Regras de correlação e modelos comportamentais incorporados aos SIEMs modernos aprimoram a capacidade do analista de detectar ameaças avançadas, ao mesmo tempo em que deixam as decisões críticas nas mãos humanas. O resultado são tempos de resposta mais rápidos, pensamento mais estratégico e — crucialmente — melhor satisfação no trabalho.

As equipes de segurança não são mais forçadas a passar seus dias perseguindo falsos positivos ou realizando o equivalente digital a      procurar uma agulha em um palheiro. Em vez disso, elas podem se concentrar em tarefas de ordem superior: entender o comportamento do adversário, fortalecer as defesas e refinar os planos de resposta a incidentes. Essa mudança não é apenas operacionalmente valiosa, mas é essencial para reter talentos em um campo já sobrecarregado pela escassez de habilidades e pelo burnout.

Uma nova era de defesa cibernética

A integração da IA e do ML no SIEM representa mais do que uma atualização tecnológica. Ela marca uma mudança fundamental na forma como as organizações se defendem contra as ameaças cibernéticas.

As soluções SIEM modernas, impulsionadas pela IA, fazem mais do que ingerir e armazenar dados. Elas fornecem às equipes de segurança a capacidade de agir rapidamente. Ao eliminar o ruído, identificar alertas de alta fidelidade e reduzir o tempo de detecção e resposta, elas permitem que os defensores recuperem a vantagem.

Para as organizações dispostas a abraçar essa evolução, as recompensas se estendem muito além de uma postura de segurança aprimorada. Elas incluem maior agilidade, resiliência aprimorada e, o mais importante, confiança renovada na capacidade de navegar em um ambiente digital cada vez mais hostil.

No entanto, a jornada para a defesa impulsionada por IA não é uma implementação que se faz de uma única vez e pode ser esquecida. Ela requer uma abordagem cuidadosa e faseada. Isso inclui treinar continuamente os modelos de ML com inteligência de ameaças atualizada, garantir a integração perfeita com os fluxos de trabalho existentes e capacitar as equipes dos SOCs para trabalhar efetivamente ao lado de ferramentas baseadas em IA. O sucesso reside não em substituir humanos, mas em capacitá-los a operar em seu potencial máximo.

O caminho a seguir

Em última análise, o futuro da defesa cibernética pertence àqueles que podem agir mais rápido, de forma mais inteligente e proativa. Nesse sentido, a IA não é apenas mais uma ferramenta, e sim um parceiro estratégico. Ao capacitar os profissionais de segurança, otimizar as operações e reduzir o ruído que atrapalha a tomada de decisões, a IA está remodelando o SOC para ser uma função mais ágil, eficaz e centrada no ser humano.

A cibersegurança sempre será um jogo de alto risco, mas com as tecnologias certas em vigor e as pessoas certas capacitadas para usá-las, as probabilidades não precisam mais favorecer o adversário.

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