Brasil – Rhayane Sales da Costa, de 23 anos, foi sequestrada, torturada e executada após ser atraída para uma emboscada montada por integrantes do Comando Vermelho (CV), em Mato Grosso. A jovem foi julgada e condenada à morte no chamado “tribunal do crime” por supostamente integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Nove pessoas foram presas em uma operação que se estendeu por quatro cidades, Primavera do Leste, Sorriso, Rondonópolis e Cuiabá. Outros dois mandados foram cumpridos dentro de presídios, onde os líderes da facção, já encarcerados, deram a ordem para o crime.
O corpo de Rhayane foi encontrado na última segunda-feira (16) em uma área de mata no bairro Vale Verde, em Primavera do Leste, após mais de um ano de buscas. A jovem estava desaparecida desde janeiro de 2023. De acordo com a mãe, que registrou boletim de ocorrência em abril do mesmo ano, Rhayane foi vista pela última vez em uma boate na cidade para onde havia viajado com uma amiga.

As investigações apontam que Rhayane foi atraída para uma emboscada sob a acusação, não confirmada pela polícia, de manter vínculos com uma facção rival. Ela foi sequestrada, levada para uma casa abandonada, mantida em cárcere, torturada e executada de forma cruel. O assassinato foi filmado e transmitido por chamada de vídeo para os chefes criminosos, que acompanhavam e supervisionavam a ação à distância.
Entre os nove presos está uma mulher grávida, além de outros membros considerados peças-chave na execução ou no encobrimento do crime. Os suspeitos responderão por homicídio qualificado, sequestro com agravantes, cárcere privado com sofrimento físico intenso, ocultação de cadáver, corrupção de menores e participação em organização criminosa.
Para a Polícia Civil, o caso exemplifica o grau de organização e crueldade das facções atuantes no estado. “Foi uma execução planejada, filmada e exibida em tempo real como forma de reafirmação de poder. Infelizmente, a vítima foi usada como instrumento dessa guerra entre grupos criminosos”, afirmou um dos investigadores.
A polícia continua colhendo provas e não descarta novas prisões. O inquérito agora também busca esclarecer o possível envolvimento de outros indivíduos e investigar se há mais vítimas da mesma facção em situações semelhantes.