Lviv (Ucrânia) — Andriy Parubiy, ex-presidente do Parlamento da Ucrânia (Rada) e uma das figuras mais proeminentes da política ucraniana da última década, foi morto a tiros neste sábado (30) aos 54 anos, na cidade de Lviv, no oeste do país. A informação foi confirmada pelo Gabinete do Procurador-Geral ucraniano e pelo presidente Volodymyr Zelensky.
O ataque ocorreu às 12h (hora local, 6h no horário de Brasília). De acordo com as autoridades, um atirador não identificado disparou várias vezes contra Parubiy, que morreu no local antes mesmo da chegada de equipes médicas, conforme relatou Maksym Kozitskiy, chefe da administração militar regional.
O agressor conseguiu fugir, e uma grande operação policial, batizada de “Siren”, foi imediatamente deflagrada para encontrar o autor do crime.
Segundo informações preliminares da investigação, o suspeito estaria vestido como carteiro e utilizava uma bicicleta elétrica para não levantar suspeitas.
Uma vida de ativismo e política
Andriy Parubiy, era historiador de formação e foi um dos líderes dos protestos de 2013-2014, conhecidos como EuroMaidan ou Revolução da Dignidade, que pediam a integração do país com a União Europeia e culminaram na queda do presidente pró-Rússia Viktor Yanukovych.
Sua atuação durante esse período levou-o a cargos de alta relevância no governo que se seguiu. Entre fevereiro e agosto de 2014, um período crítico em que a Rússia anexou a Crimeia e eclodiu o conflito no leste do país, Parubiy serviu como secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia.
Posteriormente, presidiu o Parlamento ucraniano de abril de 2016 a agosto de 2019. Até sua morte, era membro do comitê parlamentar de segurança nacional, defesa e inteligência.
Autoridades lamentam morte do ex-parlamentar
O presidente Volodymyr Zelensky classificou o ocorrido como um “assassinato horrendo” em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).
“Enviei minhas condolências à sua família e entes queridos. Todas as forças e meios necessários estão empenhados na investigação e na busca pelo assassino”, afirmou.
O ex-presidente Petro Poroshenko, definiu o crime como “um tiro disparado contra o coração da Ucrânia”. Em sua mensagem, elogiou Parubiy como “um grande homem e um verdadeiro amigo” e creditou a ele uma enorme contribuição para o fortalecimento do exército ucraniano.
A primeira-ministra Yulia Svyrydenko pediu uma investigação rápida e chamou a morte de Parubiy de “uma perda profunda para a Ucrânia”, destacando que ele “sempre permaneceu um patriota e deu uma grande contribuição para a formação do nosso Estado”.
Já o ministro das Relações Exteriores, Andrii Sybiha, descreveu-o como “um patriota e estadista” cujo lugar “está garantido nos livros de história”.
Motivação sob investigação
As autoridades ucranianas até o momento seguem investigando a motivação do crime. O prefeito de Lviv, Andriy Sadovyi, destacou a gravidade do fato em um país em guerra.
“Esta é uma questão de segurança em um país em guerra, onde, como podemos ver, não existem lugares totalmente seguros”, escreveu ele no Telegram.