O filme Besouro Azul chegou recentemente nos cinemas e está virando manchete por dois grandes motivos: seu elenco carismático e o fracasso em bilheterias. Com uma estreia morna, o longa até conseguiu superar o fenômeno Barbie em arrecadação neste fim de semana, mas é considerado uma das piores estreias da DC nas telonas, financeiramente falando.
Com expectativa de arrecadação inicial de US$ 28 milhões domesticamente, o longa conseguiu alcançar apenas US$ 25 milhões nos Estados Unidos. No exterior, a arrecadação foi de apenas US$ 18 milhões, deixando o total do primeiro fim de semana de estreia em apenas US$ 43,4 milhões, segundo o Box Office Mojo.
Motivos para o fracasso não faltam. O longa é um dos últimos do já condenado universo da DC nos cinemas, que colecionou fracassos em 2023. Além disso, o filme também foi lançado em meio à greve dos roteiristas, o que limitou as ações de marketing para divulgar a produção.
Mesmo com tantos fatores apontando para um fracasso colossal nos cinemas, é válido destacar que o filme com a brasileira Bruna Marquezine e Xolo Maridueña, de Cobra Kai, é uma produção divertida e com pontos fortes. Na verdade, o longa possui uma grande vantagem em comparação aos outros filmes de super-heróis lançados até agora em 2023.
Você não precisa fazer dever de casa para ver Besouro AzulEm um mundo onde o Universo Cinematográfico da Marvel está em sua quinta fase e a DC tenta enviar participações especiais em todos os seus filmes, Besouro Azul chega como um alívio. Afinal, você simplesmente pode ir ao cinema, comprar um ingresso e assistir o longa-metragem durante duas horas sem se preocupar em ter visto dezenas de outras produções anteriormente.
Já virou rotina: praticamente todo grande lançamento da Marvel exige um “dever de casa”. The Marvels, que chega em novembro, é um exemplo disso: o longa terá pelo menos cinco filmes e séries vinculados com a sua história, que são praticamente pré-requisitos para entender tudo que está acontecendo.O filme do Besouro Azul é sobre o Besouro Azul. E ponto.
Mesmo com seu universo condenado, a DC também não fica para trás com seus pré-requisitos. The Flash chegou com um caminhão de participações especiais e cameos, deixando um gosto de que você pode perder alguma coisa se não tiver acompanhado outras produções de heróis da Warner.
Até mesmo Shazam 2 não largou esse osso, trazendo conexões com personagens que certamente não retornarão no universo cinematográfico criado por James Gunn.
Besouro Azul tem seu futuro garantido nas produções da DC, segundo o diretor que vai comandar a nova empreitada, mas é um longa-metragem bastante contido nas conexões.Com uma narrativa contida e divertida, o filme não precisa de pré-requisitos para ser assistido.Se você sair do cinema e perder as cenas pós-créditos, por exemplo, não terá nenhum grande arrependimento. Grande parte das referências que aparecem no filme, inclusive, possuem conexões com os personagens e sua cultura, dando apenas um contexto extra para Jaime Reyes e sua família.
Um Homem-Aranha com os pais presentesAlém de ter uma narrativa simples, divertida e contida, Besouro Azul também pode render risadas e momentos de emoção com sua história.
O longa-metragem é carregado pela sua veia latina, com uma história de origem que lembra bastante o que já vimos nos diversos filmes de origem do Homem-Aranha.
Essa família é muito unida!A grande diferença é que Jaime Reyes possui pais e uma família presentes — até demais. O filme basicamente acompanha a jornada de um jovem descobrindo seus poderes e responsabilidades, mas seus parentes estão lá em toda a caminhada, o que rende diversos momentos de descontração.
Além disso, temos até mesmo um “momento Tio Ben” a certa altura do campeonato.O novo filme da DC é perfeito para quem estava com saudade de um filme de herói sem grandes firulas, com boas cenas de ação e que serve como uma diversão rápida e passageira. A pegada latina, que certamente vai gerar identificação para quem tem uma grande família, também faz os 120 minutos de Besouro Azul valerem a pena, seja no cinema ou via streaming, quando o longa chegar ao HBO Max.