Manaus (AM) – O vídeo da ex-BBB e Cunhã-Poranga do Boi Garantido, Isabelle Nogueira, criticando o chamado “PL da devastação”, voltou a viralizar nas redes sociais neste fim de semana, reacendendo a polêmica em torno da pavimentação da BR-319, rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO).
Na gravação, publicada originalmente em 17 de julho, Isabelle pede ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que vete integralmente o projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados que altera regras do licenciamento ambiental. A proposta, apoiada pela maioria da bancada do Amazonas, é vista por parlamentares do Norte como um passo essencial para destravar a repavimentação da rodovia.
“Foi aprovado na calada da madrugada o PL da devastação, que enfraquece muito nossas leis ambientais e abre caminho para ainda mais desmatamento”, disse a artista, ao afirmar que a medida representaria um retrocesso para a legislação ambiental do país.
À época, a fala de Isabelle gerou forte reação no Amazonas. Muitos internautas a criticaram por, segundo eles, desconhecer a realidade local e a importância da BR-319 para a integração da região.
Decisão do TCU reacende debate
O retorno do vídeo ganhou ainda mais repercussão após a decisão recente do Tribunal de Contas da União (TCU), que manteve válida a Licença Prévia concedida pelo Ibama em 2022 para a pavimentação do trecho central da BR-319. O julgamento afastou a possibilidade de anulação da licença, mas não autorizou a retomada imediata da obra, que segue paralisada por outras decisões judiciais.
Para especialistas, o posicionamento do TCU reforça que o debate deve ser técnico e equilibrado, considerando tanto os impactos ambientais quanto a necessidade de integração da Amazônia. O ministro relator Walton Alencar destacou que inviabilizar a estrada traria prejuízos sociais e econômicos para milhares de pessoas que dependem da rodovia.
Estrada segue no centro da polêmica
Mesmo com a licença mantida, a pavimentação da BR-319 continua travada por questionamentos jurídicos e ambientais. A estrada, considerada estratégica para reduzir o isolamento do Amazonas, permanece no centro de um embate nacional entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.