Manaus (AM) – Na manhã desta terça-feira (14), foram divulgados vídeos e mais informações sobre o esquema de desvio de dinheiro da ONG Pai Resgatando Vidas, fundado por Cid Marcos Bastos, conhecido como “Pai Marcos”. As cenas mostram conteúdo sexual cercado de ostentação por parte do grupo criminoso.
O vídeo mostra, o suspeito João Vale, mais conhecido como “Budeu”, expondo uma menor de idade, enquanto realiza atividades sexuais com a jovem. Uma outra pessoa gravava o crime e incentivava “Budeu” a prosseguir com o absurdo.
João Vale da Silva Neto, mais conhecido como “Budeu”, foi reconhecido como uma figura de destaque na Operação “Pai tá OFF”, desempenhando um papel semelhante a um guarda-costas para Cid Marcos Bastos, o fundador da organização não governamental. Testemunhos sugerem que ele era remunerado por suas atividades, muitas vezes agressivas, em prol do projeto.
Prisões e ostentação
As prisões são desdobramentos da Operação “O Pai tá Off”, que anteriormente havia levado à prisão de Cid Marcos Bastos Reis Maia, líder da organização criminosa, e seu filho, Wilson Garcia Bastos Bisneto, de 21 anos. O grupo é acusado de movimentar mais de R$ 20 milhões entre 2019 e 2024.
Segundo o delegado Marcelo Martins, Imecson Taveira é filho adotivo de Cid Marcos, enquanto Tito Fábio é seu sobrinho, evidenciando a estrutura familiar da organização. A ONG era utilizada pelo grupo para explorar a vulnerabilidade de moradores de rua, arrecadando doações e obtendo vantagens financeiras.
Os dois detidos tiveram seus mandados cumpridos na delegacia e enfrentarão uma série de acusações, incluindo organização criminosa, estelionato, maus-tratos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
De acordo com as investigações, foram desviados pelo menos R$ 8.422.581,86 da ONG provenientes de doações, dos quais uma parte foi convertida em itens de luxo, como veículos no valor de R$ 2.977.478,00 e propriedades no valor de R$ 1.020.020,00. O volume total de movimentação financeira da organização criminosa excedeu os R$ 21.000.000,00, revelando a amplitude do esquema de corrupção.