MANAUS – No último sábado (17), a quadra da escola de samba Unidos do Alvorada, na zona centro-oeste de Manaus, foi cenário para um movimento estratégico do União Brasil, com o lançamento da candidatura à reeleição do vereador Caio André. O evento não apenas oficializou sua tentativa de manter uma cadeira na Câmara Municipal de Manaus (CMM), mas também evidenciou os esforços do partido em consolidar seu poder na capital amazonense.
Roberto Cidade, atual presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e figura central do União Brasil, marcou presença e reafirmou a importância de eleger um legislativo alinhado com os interesses da coligação que lidera. Com uma coalizão robusta que inclui Progressistas (PP), Republicanos, Podemos, Partido da Mulher Brasileira (PMB), Partido da Renovação Democrática (PRD) e Partido Socialista Brasileiro (PSB), Cidade traçou um cenário onde a união desses partidos se torna vital para manter a influência política em Manaus e no estado.
O discurso de Roberto Cidade foi carregado de intenções políticas claras: o fortalecimento da Guarda Municipal, a criação de 12 UPAs 24 horas e a implementação de um auxílio municipal, propostas que não são apenas promessas eleitorais, mas instrumentos de um projeto de poder que visa estender o domínio do União Brasil nas esferas legislativa e executiva da cidade.
A presença de Caio André no evento não foi apenas protocolar. Ele, que presidiu a CMM em 2023/2024 após ser eleito pelo Podemos e que recentemente migrou para o União Brasil, simboliza a aposta do partido em manter a presidência da câmara sob seu controle. A função que ocupa envolve mais do que a mera condução das sessões legislativas; é uma posição estratégica para influenciar o desenvolvimento de projetos de lei e a articulação política dentro do município.
Este movimento reflete a crescente tendência de concentração de poder nas mãos de partidos que, como o União Brasil, visam dominar as principais instituições políticas do Amazonas. A coalizão liderada por Roberto Cidade pretende não apenas reeleger Caio André, mas também assegurar que a CMM continue servindo aos interesses da coligação, em um jogo político que visa ampliar sua influência e moldar o futuro da capital amazonense.
Neste cenário, a reeleição de Caio André se torna mais do que uma questão de continuidade de mandato. Trata-se de uma peça chave em um tabuleiro político onde a disputa pelo controle das instituições define os rumos da cidade. O evento de sábado mostrou que, para o União Brasil, a eleição municipal não é apenas uma batalha por votos, mas uma guerra estratégica pelo poder.