Manaus (AM) – Em meio ao caos global provocado pela escalada entre Irã e Israel — que muitos já chamam de “o estopim da Terceira Guerra Mundial” —, uma história bizarra e misteriosa ganha força nos bastidores da internet: o Brasil estaria escondendo intenções de produzir uma bomba atômica? O estopim: o sumiço de duas pequenas ampolas com material radioativo da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), ocorrido em julho de 2023, em Resende (RJ).
As ampolas continham hexafluoreto de urânio enriquecido a 4,25%. O suficiente para atiçar teorias conspiratórias que ligam o desaparecimento a um suposto projeto secreto de bomba nuclear, bem no coração do Brasil tropical. Grupos de desinformação nas redes sociais não perderam tempo: comparam o episódio ao início dos programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte, e especulam que, em meio ao colapso global iminente, o Brasil poderia estar silenciosamente se posicionando como uma potência nuclear alternativa.
Apesar da histeria online, o Brasil é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), compromisso internacional que proíbe expressamente o desenvolvimento ou aquisição de bomba atômica. O país mantém um histórico sólido de uso exclusivamente pacífico da energia nuclear, voltado à geração de energia e pesquisa científica. Legalmente e politicamente, o Brasil não pode construir uma bomba nuclear.
A verdade, confirmada por investigação oficial, é bem menos explosiva: o urânio extraviado era amostral, usado apenas para testes, em quantidade ínfima. O Ministério Público Federal arquivou o caso após concluir que houve apenas erro humano.
Em nota oficial, o governo federal repudiou as peças de desinformação que tentam associar, de forma incorreta, o extravio de duas ampolas com hexafluoreto de urânio (UF6) a supostos planos de fornecimento de material para fins bélicos. Segundo a nota, cada ampola continha apenas 8 gramas de urânio enriquecido a 4,25% — concentração considerada baixa e sem qualquer utilidade para a produção de armas nucleares. O governo reforçou que o Brasil é signatário de tratados internacionais de não proliferação nuclear e tem histórico de compromisso com o uso exclusivamente pacífico da energia atômica, o que torna infundadas e irresponsáveis quaisquer insinuações sobre intenções armamentistas.
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