Cajamar (SP) – Daniel Lucas Pereira, de 34 anos, um dos investigados no caso do assassinato da adolescente Vitória Regina, de 17 anos, em Cajamar (SP), quebrou o silêncio e se pronunciou em uma entrevista ao SBT. Além de Maicol Antônio Sales dos Santos, único preso até o momento, Daniel é suspeito de ter agido como “comparsa” no crime brutal. Ele, no entanto, nega veementemente qualquer envolvimento.
Daniel, que é pai de dois filhos e morador do mesmo bairro afastado de Cajamar onde vivem a família da vítima e o principal suspeito, afirmou que não tem qualquer relação com o crime. Sua mãe, Maria Aparecida Lucas Pereira, endossou a versão do filho, explicando que as duas famílias já foram muito próximas, mas se afastaram com o tempo, sem nenhum motivo específico.
O suspeito contou que, após o desaparecimento de Vitória, ele se sentiu motivado a ajudar nas buscas. Ao tomar conhecimento de que um carro prata, com características semelhantes ao de Maicol, teria sido visto na região do sumiço, Daniel resolveu fotografar o veículo. Essa foto, no entanto, acabou colocando-o sob suspeita quando foi interrogado pela polícia. A versão de Daniel foi aceita pela Justiça, que negou o pedido de prisão preventiva apresentado pelo delegado responsável pelo inquérito.
“Não aguento mais ser suspeito de algo que não cometi. Minha mãe, que é minha fortaleza, minha base, está sendo xingada e ameaçada a todo momento”, disse Daniel, aparentemente indignado. Ele revelou que a família teve que sair do imóvel onde morava no bairro Ponunduva após várias ameaças e pichações ofensivas nos muros da residência. O local também foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos por policiais na última semana.
Maria Aparecida reforçou a versão do filho sobre a foto do carro de Maicol, lembrando que a relação entre Daniel e Maicol sempre foi conflituosa, resultando até em brigas. “Meu filho não tinha que ter se metido nisso por tentar ajudar a família de Vitória”, disse ela, referindo-se à decisão de Daniel de fotografar o veículo para auxiliar nas buscas.
Ela ainda afirmou que, se tivesse conhecimento de que o filho estivesse envolvido no crime, seria a primeira a denunciá-lo. “Se fizesse, eu o entrego porque não vou cobrir coisa errada do meu filho. Eu ensinei para ele o que é certo e errado”, concluiu.