Mundo – A Justiça dos Estados Unidos começa a desvendar o perfil de Luigi Mangione, de 26 anos, preso na segunda-feira (9) em Altoona, Pensilvânia. Ele é acusado do assassinato de Brian Thompson, CEO da seguradora de saúde United Healthcare, em plena luz do dia em Nova York na semana passada.
Mangione foi localizado em um restaurante McDonald’s, portando uma “ghost gun” — arma de fogo não rastreável — e um documento manuscrito de três páginas que, segundo autoridades, detalha sua “motivação e mentalidade”.
O assassinato e a captura
Brian Thompson foi morto em uma das áreas mais movimentadas de Nova York. As investigações apontaram Mangione como principal suspeito, e uma busca de seis dias culminou em sua prisão. O manuscrito encontrado em sua posse expressava ressentimento contra a United Healthcare, com frases como: “Esses parasitas mereciam isso”.
A polícia também encontrou cápsulas de munição no local do crime com palavras gravadas como “negar”, “defender” e “destituir”, frequentemente associadas a táticas de seguradoras para rejeitar pagamentos de pacientes.
Quem é Luigi Mangione?
Mangione nasceu em Baltimore, Maryland, e teve uma trajetória que parecia promissora. Ex-aluno da renomada Gilman School, foi orador da turma e se formou em ciência da computação pela Universidade da Pensilvânia, onde também obteve um mestrado.
Com passagens por empresas como TrueCar e Firaxis Games, ele era conhecido por ser inteligente e discreto. Entretanto, nos últimos meses, Mangione parece ter se afastado de familiares e amigos, com postagens em redes sociais indicando isolamento.
Uma de suas contas no Goodreads revela leituras sobre dor nas costas, além de uma resenha positiva para o manifesto de Theodore Kaczynski, o Unabomber, sugerindo simpatia por críticas à tecnologia e à sociedade moderna.
Família influente e em choque
A família Mangione é conhecida em Baltimore por investimentos em imóveis, clubes de campo e negócios variados. Em nota, o parlamentar estadual Nino Mangione, primo do suspeito, expressou choque e devastação, pedindo orações para todas as famílias envolvidas.
Próximos passos
Mangione foi levado ao tribunal na Pensilvânia nesta terça-feira (10/12), onde contestou sua extradição para Nova York. Durante o trajeto, ele gritou aos repórteres palavras como “completamente injusto” e “insulto à inteligência do povo americano”.
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, declarou que trabalhará para garantir que Mangione enfrente a justiça no estado. “A segurança pública é minha maior prioridade”, afirmou.
Com o caso ainda em investigação, as motivações de Mangione e suas conexões pessoais e profissionais continuam sendo analisadas. Enquanto isso, a família de Brian Thompson busca justiça para o crime que chocou o país.