Brasília (DF) – A deputada federal bolsonarista (PL-SP), conhecida por sua postura combativa nas redes sociais e aliada de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve o último recurso negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e agora está oficialmente condenada a 10 anos e 8 meses de prisão — sem chance de reverter a decisão.
A Primeira Turma do STF formou maioria nesta sexta-feira (6) para declarar o trânsito em julgado da ação penal, ou seja, a sentença se tornou irrecorrível. O voto decisivo foi do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que foi acompanhado por Luiz Fux e Cristiano Zanin. A votação, feita no plenário virtual, enterrou de vez qualquer tentativa da defesa de suspender o julgamento ou adiar a pena.
A condenação de Zambelli é resultado da invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um escândalo cibernético que abalou o coração do Judiciário. A parlamentar foi considerada responsável por articular e vazar dados sigilosos, utilizando um hacker para acessar ilegalmente os sistemas internos do CNJ — em um caso que ficou conhecido como o “Zambelligate digital”.
Agora, com a decisão transitada em julgado, a situação de Zambelli se agrava: ela está na Itália, foragida da Justiça, e seu nome já foi incluído na lista vermelha da Interpol, que aciona autoridades policiais de 196 países. A deputada, que costuma se autodeclarar “perseguida política”, não se pronunciou publicamente desde que teve a prisão decretada.
A Câmara dos Deputados também entrou em ação. Atendendo a determinação de Alexandre de Moraes, o presidente da Casa, Hugo Motta, bloqueou imediatamente o salário e todas as verbas de gabinete da parlamentar. A decisão foi recebida oficialmente na quarta-feira (4) e passou a valer nesta quinta (5), com anúncio público feito nas redes oficiais da Câmara.