Skatista de 15 anos é morto ao ser confundido por rivais do CV

Skatista de 15 anos é morto ao ser confundido por rivais do CV

Brasil – O jovem skatista Marco Felipe Mendes de Sousa, de apenas 15 anos, conhecido como “Felipe Maracajá”, foi morto por membros de uma organização criminosa na última segunda-feira (30), no bairro Vicente Pinzón, em Fortaleza. Ele foi interrogado sob ameaça e obrigado a fornecer a senha do celular antes de ser morto.

Um vídeo registrado pelos criminosos mostra o rosto de Marco Felipe enquanto é chamado de “playboy”. Visivelmente nervoso, o adolescente fornece a senha do aparelho, que é então vasculhado pelos suspeitos. Um dos membros da facção afirma ter encontrado conversas e símbolos que ligariam o garoto ao Comando Vermelho (CV), grupo rival.

A família do adolescente nega qualquer envolvimento com o crime organizado e nao tinha ligação com o CV. Segundo o pai da vítima, Marcos Henrique, Marco era estudante e se dedicava a ser skatista, tendo participado de diversos campeonatos, inclusive fora do estado.

A Federação Piauiense de Skateboard, que conhecia o jovem por sua participação na Seletiva Nordestina CBSk 2022 em Teresina, divulgou uma nota de pesar contundente.

“Felipe se soma às estatísticas cruéis de um país que falha com sua juventude (…) Basta morar no ‘lugar errado’. O skate salva. O skate transforma. Mas não basta”, diz um trecho do comunicado.

Prisão e investigação em andamento

A Secretaria da Segurança Pública do Ceará informou que a Polícia Militar, com apoio do Núcleo de Videomonitoramento (Nuvid), prendeu um homem de 25 anos suspeito de participação direta no homicídio do skatista.

O acusado já possui antecedentes por roubo e corrupção de menores. Ele foi autuado em flagrante e encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar e capturar os demais envolvidos na execução.

Considerada “traidora” por membros de facção

A execução de jovens sob suspeita de envolvimento com facções rivais tem se tornado recorrente em diversas regiões do país. Em maio, o corpo esquartejado de Ana Luiza Lima Brito, de 22 anos, foi encontrado às margens de uma estrada de terra no bairro Delta Park, em Eunápolis, sul da Bahia.

Segundo as investigações, Ana foi morta por membros do Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), aliado ao Comando Vermelho, após ser considerada “traidora”. A jovem teria revelado o paradeiro de um membro do grupo rival Bonde do Maluco (BDM), facção à qual ela estaria tentando se vincular. O suposto “ato de traição” selou sua sentença.

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