Manaus (AM) – A Polícia Federal concluiu o inquérito sobre os crimes cometidos por agentes da Polícia Militar do Amazonas durante a Operação Lei e Ordem, ocorrida entre os dias 3 e 5 de agosto de 2020, no Rio Abacaxis. O resultado foi o indiciamento de 13 pessoas, entre elas dois coronéis da reserva e 11 policiais militares, por uma série de crimes gravíssimos, incluindo execuções, tortura e ocultação de cadáveres.
Segundo o relatório, o então secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, e o comandante-geral da PM na época, coronel Ayrton Norte, teriam articulado e liderado a operação para vingar a morte de dois policiais militares, ocorrida após a tentativa de homicídio contra um secretário estadual, Saulo Moysés, que foi baleado durante uma pescaria na região.
A PF sustenta que a ação foi planejada para impedir qualquer tipo de fiscalização de outros órgãos e evitar punições. Ambos os coronéis estariam diretamente envolvidos na elaboração e no comando da operação. Ayrton Norte, inclusive, teria presenciado a execução de um dos moradores e nada fez para impedir ou punir os responsáveis.
A lista de indiciados no caso do massacre do Rio Abacaxis é composta por:
- Louismar de Matos Bonates, coronel da reserva e ex-secretário de Segurança;
- Ayrton Ferreira do Norte, coronel da reserva e ex-comandante da PM;
- Thiago Dantas Pinto, capitão da PM;
- Aldo Ramos da Silva Júnior, capitão do COE;
- Pompilio Henrique de Lima, tenente da PM;
- Ezio Ranger Peres Pimentel, subtenente da PM;
- Josias Seixas de Brito, sargento;
- Valdemir Pereira Júnior, sargento;
- Jefferson Diógenes Castro de Souza, policial militar;
- Paulo Henrique Reis da Costa, cabo;
- Jackson de Sousa Machado, cabo;
- Getúlio Vargas Filho, sargento;
- Pedro Alex da Silva Balieiro, sargento.
As acusações incluem homicídio qualificado, tortura, sequestro e cárcere privado, além de vilipêndio e ocultação de cadáveres. Os policiais teriam invadido casas, destruído bens, ameaçado mulheres e crianças, e utilizado extrema violência para intimidar os moradores, enquanto buscavam um homem conhecido como “Bacurau”, acusado de liderar os ataques aos PMs.
A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas declarou que está colaborando com a investigação e reafirmou que quer que a Justiça prevaleça.
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