Brasil – Com 97,71% das urnas apuradas pelo TSE, o atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) disputarão o segundo turno das eleições municipais. Nunes lidera com 29,53% dos votos, enquanto Boulos aparece logo atrás com 29,01%. O terceiro colocado, o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), somou 28,13% dos votos, fazendo uma campanha que surpreendeu ao ameaçar os principais concorrentes.
A disputa para a prefeitura de São Paulo foi marcada pela ascensão inesperada de Marçal, que saiu do papel de outsider para se tornar uma verdadeira dor de cabeça para Nunes e Boulos. Mesmo assim, os dois principais candidatos conseguiram assegurar suas vagas no segundo turno.
Guilherme Boulos conseguiu consolidar sua base eleitoral, construída desde a eleição de 2020, quando foi ao segundo turno contra o então prefeito Bruno Covas (PSDB), que faleceu em 2021. Naquela eleição, Boulos obteve 40,6% dos votos e, desde então, tem se fortalecido como uma das principais figuras da esquerda paulista.
Apoiado por Lula, o psolista precisou fazer uma série de articulações, incluindo a abdicação de sua candidatura ao governo do estado em 2022 em favor de Fernando Haddad (PT). Durante a atual campanha, Boulos enfrentou resistências dentro do próprio PT, com Lula limitando sua participação em eventos públicos e gravações de campanha. Para compensar, Boulos focou em associar sua imagem à do ex-presidente e atacar seus adversários, vinculando-os ao bolsonarismo.
Ricardo Nunes, por sua vez, contou com o apoio crucial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que organizou e articulou sua campanha. O ex-presidente Jair Bolsonaro também manifestou apoio a Nunes, embora tenha mantido uma participação discreta.
A campanha de Nunes enfatizou as realizações de sua gestão, herdada de Bruno Covas, enquanto ele desviava de acusações envolvendo supostos esquemas de desvio de dinheiro em creches municipais e um boletim de ocorrência por violência doméstica. Nunes também precisou ajustar sua estratégia durante a campanha, redirecionando ataques a Pablo Marçal quando percebeu a ascensão do candidato outsider.
A disputa entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos no segundo turno em São Paulo promete reeditar a polarização vista nas eleições presidenciais de 2022 entre Lula e Bolsonaro. As campanhas de ambos os candidatos esperam uma maior participação dos dois líderes políticos, que podem se envolver mais ativamente na reta final do pleito.