Quem inventou a primeira metralhadora?

Quem inventou a primeira metralhadora?

A metralhadora é uma arma de fogo capaz de atirar com muita rapidez. Vários modelos desse equipamento conseguem disparar de 500 a 1000 tiros por muito tempo, sem parar, provocando danos terríveis.

Essa arma, que foi criada durante o século XIX, mudou totalmente as guerras que ocorreram a partir de então. Mas uma das razões pela qual ela foi desenvolvida provavelmente nunca passaria pela sua cabeça.

A invenção da metralhadora

As primeiras metralhadoras inventadas precisavam ser carregadas a mão. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Desde que as armas de fogo foram criadas, ao fim da Idade Média, foram feitas tentativas de projetar uma arma que conseguisse disparar vários tiros sem ter que ser recarregada. Em 19718, um sujeito chamado James Puckle patenteou em Londres um modelo de metralhadora com um cilindro giratório que alimentava cartuchos dentro de sua câmara. Foi um primeiro passo nesse tipo de artilharia, que depois evoluiu no século XIX com a invenção das cápsulas de percussão.

A nova arma então foi bastante utilizada na Guerra Civil Americana, sendo que o primeiro modelo bem-sucedido foi a chamada Metralhadora Gatling, desenvolvida pelo americano Richard Jordan Gatling. Ela funcionava a partir de vários canos rotativos, que aumentavam o seu poder de fogo.

Na década de 1880, a introdução da pólvora sem fumaça fez com que se pudesse converter a metralhadora de manivela em uma arma automática, que era capaz de acionar um ferrolho, expelir o cartucho gasto e ser recarregada. O americano Hiram Stevens Maxim foi o inventor do primeiro modelo deste tipo, que logo se expandiu e foi copiado por outros fabricantes.

Esse novo tipo de arma se mostraria crucial em um novo conflito: a Primeira Guerra Mundial. Neste evento, a metralhadora alimentada por correias esteve entre uma das armas mais utilizadas, tanto que o confronto também ficou conhecido como “a guerra das metralhadoras”. Mas o emprego desse equipamento estava apenas começando.

Como a metralhadora impactou nas guerras?

A invenção da metralhadora impactou a história das guerras. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

A Primeira Guerra Mundial, que ocorreu entre 28 de julho de 1914 a 11 de novembro de 1918, entrou para a história por uma questão técnica: muitos acreditam que foi nesse evento em que se deu o início do desenvolvimento da tecnologia militar e civil. Muitas armas foram inventadas nesse período, e a “evolução” da metralhadora está entre os acontecimentos mais lembrados.

Um pouco antes do seu começo, em 1887, a arma tinha passado a ser adotada pelo Exército Alemão, cujos comandantes haviam ficado impressionados por sua capacidade de causar danos em massa. Não demorou muito para que os alemães produzissem uma metralhadora por conta própria.

Quando a guerra estourou, em 1914, havia 12 mil dessas armas no mundo – número que subiu para 100 mil em um tempo muito curto. No fim da Primeira Guerra Mundial, a metralhadora já era completamente automática, e demonstrava capacidade técnica para disparar até 600 tiros por minuto.

Ainda assim, o equipamento continuou sendo desenvolvido e inclusive dando origem a novos métodos de disparo. Entre eles, estava o fogo de barragem, que foi elaborado em 1916 pelas Forças Britânicas e Aliadas. Tratava-se de uma técnica que permitia que as tropas atirassem sobre as cabeças de seus próprios soldados, possibilitando ataques inesperados aos inimigos. Mais uma vez, ela se configurou em uma invenção altamente nociva e bélica – da mesma forma que seria mais tarde a bomba atômica, em diferentes proporções.

A metralhadora criada para caçar ursos

O engenheiro Hiram Maxim inventou uma metralhadora pensando em atirar em ursos.(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Por incrível que pareça, nem sempre as armas foram elaboradas no intuito de causar ainda mais violência entre as pessoas. E esta é a curiosa história de Hiram Maxim, que se tornou conhecido por projetar e construir a primeira arma portátil e totalmente automática do mundo.

Em sua autobiografia, Maxim contou que, quando cresceu no Maine, ele via as pessoas cansando ursos com machados. “Era a maior ambição da vida do meu pai matar um urso, mas ele nunca conseguiu”, escreveu Maxim. Por conta disso, ele começou a trabalhar com marcenaria aos 14 anos, até passar para o manuseio do latão.

Conhecido como um ótimo inventor, Maxim elaborou e patenteou vários projetos, como uma ratoeira automática e um sprinkler automático que seria acionado por um incêndio, e em seguida notificaria o corpo de bombeiros via telégrafo.

Aos 30 anos, já como engenheiro da United States Electric Lighting em Nova York, ele foi transferido para Londres, onde começou a trabalhar em um modelo de metralhadora. A sua precursora, a metralhadora Gatling, era acionada manualmente, operada por manivela. Para maximizar a eficácia da arma, Maxim desenvolveu a cordite, um explosivo sem fumaça feito pela combinação de nitrocelulose e nitroglicerina.

Em 1884, ele fundou a Maxim Gun Company na Grã-Bretanha para produzir a sua nova arma, que cinco anos mais tarde seria licenciada para o Exército Britânico. O engenheiro morreu em 24 de novembro de 1916, apenas alguns dias antes da Batalha do Somme, uma das mais sangrentas da Primeira Guerra Mundial, em que mais de um milhão de soldados morreram em quatro meses de um conflito marcado pelo uso de metralhadoras. Tudo isso teve, de alguma forma, início no sonho de um menino que queria ajudar seu pai a caçar ursos.

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