Professores protestam contra projeto de David Almeida que os fará trabalhar até aos 75 anos

Professores protestam contra projeto de David Almeida que os fará trabalhar até aos 75 anos

Manaus (AM) – Um protesto organizado por professores da Secretaria Municipal de Educação (Semed) paralisou a frente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), no bairro Santo Antônio, zona Sul da capital, na manhã desta quarta-feira (24).

A categoria manifesta-se contra o Projeto de Lei nº 10/2025, enviado pela prefeitura, que propõe alterações no regime previdenciário dos servidores municipais e estabelece, entre outras medidas, a aposentadoria compulsória para professores somente aos 75 anos.

Prefeito quer que professores trabalhem “de fralda geriátrica”

(Foto: Divulgação)

A proposta, encaminhada pelo prefeito David Almeida (Avante), alega buscar o equilíbrio financeiro do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), mas é vista pelos servidores como um ataque a direitos históricos. Servidores que ingressarem após a aprovação da lei só poderão se aposentar a partir dos 65 anos (homens) ou 62 anos (mulheres), com 25 anos de contribuição. Professores teriam redução de cinco anos, mas a aposentadoria compulsória seria aos 75.

Durante a manifestação, representantes da categoria criticaram duramente a iniciativa. Lambert Melo, diretor-jurídico da Asprom/Sindical, classificou o projeto como “um pacote de maldades” e acusou o prefeito de usar os servidores para “pagar dívidas de campanha”. Ele também convocou outras categorias a formarem um fórum conjunto para barrar a proposta.

Além do aumento da idade, o projeto cria regras de transição consideradas rígidas, com pedágio de 100% sobre o tempo restante para aposentadoria ou sistema de pontos a partir de 2026. Na prática, as mudanças retardam o acesso ao benefício e reduzem o valor das aposentadorias.

O protesto segue sem previsão de encerramento, e os professores prometem pressionar os vereadores para que rejeitem a proposta. A mobilização reflete o descontentamento de uma categoria que já enfrenta desafios cotidianos em sala de aula e vê na reforma um risco concreto à dignidade no final da carreira.

O Portal Tucumã acompanha o desdobramento da situação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *