“O Irã não pode ter arma nuclear”

Capitólio - Donald Trump

Mundo – O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez nesta segunda-feira (16) uma declaração alarmante em sua rede social, ao pedir que a população de Teerã, capital do Irã, deixe imediatamente a cidade. O apelo ocorre em meio à escalada de tensão militar entre Israel e o regime iraniano, após uma ofensiva preventiva israelense contra instalações nucleares iranianas na semana passada.

“Todos deveriam evacuar Teerã imediatamente! O Irã deveria ter assinado o ‘acordo’ que eu disse para assinarem. Que vergonha, e desperdício de vidas humanas. Em poucas palavras: O IRÃ NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR. Eu já disse isso várias vezes!”, escreveu Trump em tom ameaçador.

A postagem causou forte repercussão internacional, já que coincide com a mobilização de forças militares americanas na região. Nesta segunda-feira, o porta-aviões USS Nimitz, movido a propulsão nuclear, foi deslocado do mar do Sul da China para o Oriente Médio, reforçando a presença militar dos EUA na área, ao lado do USS Harry S. Truman, que já estava posicionado desde maio. Além disso, mais de 30 aviões-tanque da Força Aérea americana decolaram em direção ao Atlântico, numa movimentação que levanta suspeitas sobre possível preparação logística para apoio aéreo ou ação da Otan.

A tensão aumentou na última quinta-feira (12/6), quando Israel lançou ataques contra o que considerou pontos estratégicos do programa nuclear iraniano. O governo de Benjamin Netanyahu tem reiterado que não permitirá que Teerã desenvolva armamentos atômicos. O Irã, por sua vez, acusou Israel de tentar sabotar as tratativas diplomáticas e classificou o primeiro-ministro israelense como “criminoso de guerra”.

Em resposta à escalada, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, fez um apelo direto a Trump para intervir e conter os ataques israelenses. “Se o presidente Trump for genuíno em relação à diplomacia e estiver interessado em acabar com essa guerra, os próximos passos são importantes”, disse o chanceler em publicação no X (antigo Twitter). Ele também afirmou que, caso haja um cessar-fogo, o Irã estaria disposto a flexibilizar sua posição em futuras negociações sobre seu programa nuclear.

Enquanto isso, o Departamento de Estado dos EUA afirmou não ter participação direta nos ataques de Israel e reforçou que o apoio a Tel Aviv permanece “em caráter defensivo”. Ainda assim, a movimentação militar americana levanta temores de uma ampliação do conflito.

O governo iraniano também iniciou conversas com países como Catar, Arábia Saudita e Omã, buscando apoio diplomático para pressionar Washington a atuar por um cessar-fogo. A comunidade internacional observa com apreensão os próximos desdobramentos, temendo uma nova frente de conflito aberto no já instável Oriente Médio.



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