Manaus (AM) – Oito anos após o sangrento Massacre do Compaj, que expôs ao mundo o caos do sistema prisional amazonense, a Procuradoria-Geral de Justiça do Amazonas decidiu dar um passo inédito: criou uma força-tarefa especial para reexaminar minuciosamente todas as provas do caso. A determinação estabelece um prazo de 90 dias para que promotores especializados refaçam toda a análise do caso, desde depoimentos até provas técnicas, e apontem falhas ou novas linhas de investigação.
Em 1º de janeiro de 2017, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) virou um cenário de horror. Uma rebelião entre facções rivais (Família do Norte x PCC) deixou 56 presos mortos, muitos esquartejados e queimados vivos. O massacre, que começou como um protesto contra a superlotação, rapidamente se transformou em uma carnificina organizada, com direito a fuga de 130 detentos e repercussão internacional.
Agora, o Ministério Público quer respostas, se há provas faltantes ou contradições nos autos, se todos os envolvidos no massacre foram devidamente responsabilizados, e o quê realmente aconteceu nos bastidores da maior tragédia carcerária do Amazonas.
A força-tarefa será liderada por promotores, com apoio de dois agentes técnicos e um administrativo. O grupo terá acesso a todos os arquivos sigilosos e poderá requisitar novas perícias.
A decisão surge semanas após a Justiça do Amazonas voltar atrás na liberação de três acusados de liderar o massacre, Janes “Caroço” Nascimento, Adaliton Farias e Almir Nobre. Eles haviam sido soltos com tornozeleiras, mas o MP recorreu e conseguiu recolhê-los à prisão, alegando “risco à ordem pública”.
O Portal Tucumã acompanha as ações de perto e mais informações serão divulgadas a medida que estiverem disponíveis.