Brasil – A médica paraense Lana Tiani Almeida da Silva está impedida de exercer a medicina por um período de seis meses. A decisão, tomada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), entrou em vigor no dia 20 de fevereiro e foi confirmada pelo órgão na última sexta-feira (7).
A medida aplicada à profissional é uma Interdição Cautelar Médica, mecanismo que visa proteger pacientes e o próprio médico de situações consideradas inseguras.
Lana Tiani ganhou notoriedade em outubro de 2024 ao postar um vídeo no Instagram afirmando que o câncer de mama não existe e que a mamografia causava inflamações sérias, desencorajando mulheres a realizarem o exame. A declaração gerou grande repercussão negativa entre especialistas da saúde e entidades médicas.
Diante da disseminação de informações falsas, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) entrou com um pedido na Justiça do Pará, que determinou, em novembro do mesmo ano, que a médica removesse os conteúdos enganosos de suas redes sociais, sob pena de multa diária de R$ 1.500 em caso de descumprimento.
Dias após a repercussão negativa, a médica apagou os vídeos do Instagram e tornou sua conta privada. No momento da publicação desta matéria, todos os perfis sociais de Lana haviam sido excluídos.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo mais incidente na população feminina brasileira, com uma estimativa de 73.610 novos casos por ano no triênio 2023-2025. Isso corresponde a uma incidência de 41,89 casos a cada 100 mil mulheres.
No último levantamento do DATASUS, em 2022, foram registradas 19.130 mortes de mulheres devido ao câncer de mama no país. O estado do Pará, por sua vez, contabilizou 1.020 novos casos da doença nos anos de 2023, 2024 e 2025.
O Inca destaca que o câncer não possui notificação obrigatória, por isso trabalha com estimativas divulgadas a cada três anos. O diagnóstico precoce através da mamografia é fundamental para aumentar as chances de cura da doença.
Especialistas alertam para o perigo da propagação de fake news na área da saúde, especialmente quando envolvem doenças graves como o câncer de mama. Campanhas de conscientização são essenciais para garantir que a população tenha acesso a informações confiáveis e cientificamente embasadas.