Mundo – Na tarde desta segunda-feira (29), manifestantes em Caracas, capital da Venezuela, começaram a protestar contra o anúncio da vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais. A polícia foi mobilizada para monitorar a manifestação. Até o momento, não há informações sobre confrontos graves ou feridos.
A manifestação se iniciou no bairro de Catia, após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarar Maduro como vencedor da eleição. O resultado foi anunciado com apenas 80% das urnas apuradas, gerando dúvidas e críticas de líderes internacionais. Durante o anúncio do CNE, foram registrados panelaços em várias áreas da capital.
Segundo a agência AFP, O protesto em Caracas contou com milhares de pessoas nos bairros populares da cidade. Sob chuva, os manifestantes se reuniram na imensa favela de Petare, a maior de Caracas, e gritaram slogans como “E vai cair, e vai cair, este governo vai cair!” e “Entregue o poder já!”
Os participantes também queimaram cartazes de campanha com a imagem de Maduro e usaram bandeiras, panelas e instrumentos de percussão para intensificar o protesto. Embora tenha havido confronto com a polícia, não há informações sobre prisões ou feridos até a última atualização.
O Ministério Público venezuelano publicou uma declaração saudando a população pela “demonstrada civilidade e democracia” durante as eleições. O comunicado reconheceu a vitória de Maduro e criticou as “declarações temerárias de alguns governos da América Latina que querem interferir na democracia venezuelana”.
O governo brasileiro, por sua vez, declarou que está acompanhando de perto o processo de apuração e aguarda informações mais detalhadas, como os “dados desagregados”, que são essenciais para garantir a transparência e legitimidade dos resultados eleitorais. Esses dados incluem informações das atas de votação de cada um dos cerca de 30 mil locais de votação na Venezuela.
O CNE, presidido por um aliado de Maduro, anunciou que o presidente foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 44% de seu oponente, Edmundo González. No entanto, a oposição afirma que González foi o verdadeiro vencedor com 70% dos votos.
Com a proclamação da vitória ocorrendo menos de 24 horas após o fechamento das urnas, Maduro está confirmado para mais um mandato. Se cumprir o novo período, ele terá governado a Venezuela por 17 anos, superando seu antecessor Hugo Chávez, que governou por 14 anos.
O CNE anunciou a vitória de Maduro sem apresentar as atas de votação, documentos que registram o número de votos e resultados parciais dos locais de votação. A oposição acusou o CNE de ocultar essas atas para manipular os resultados eleitorais, argumentando que pesquisas de boca de urna indicavam uma vitória clara de González sobre Maduro.