Manaus (AM) – Mais 27 amazonenses retornaram a Manaus em um voo comercial vindo de Florianópolis (SC), chegando à capital amazonense às 16h desta sexta-feira (24). Essa ação, juntamente com outros voos de retorno, totaliza 94 pessoas realocadas durante a operação de resgate a pessoas em áreas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
O deslocamento dos cidadãos para Florianópolis ocorreu por conta da interdição dos aeroportos nas localidades afetadas pelas enchentes. Consequentemente, os amazonenses foram orientados a se dirigirem para a capital de Santa Catarina, de onde embarcaram de volta para Manaus.
O secretário de Defesa Civil, coronel Francisco Máximo, expressou sua gratidão pela iniciativa, destacando a importância dessa campanha. Ele ressaltou o apoio do governo estadual, que determinou a necessidade de trazer de volta os cidadãos afetados pelas enchentes, tanto para os gaúchos quanto para os amazonenses que não tinham mais condições de continuar em suas localidades.
“É uma campanha extremamente importante. O sentimento é de gratidão, gratidão ao governo do estado, que conseguiu enxergar nesse contexto que precisaria trazer nossos irmãos. A situação no Rio Grande do Sul é muito crítica para os irmãos gaúchos e para os amazonenses que não tinham mais como voltar a normalidade ou recomeçar as suas vidas lá, ” disse o coronel.
O voo de retorno trouxe uma variedade de passageiros, incluindo estudantes, famílias inteiras, idosos e até mesmo representantes da tribo Kokama. Entre eles, havia também um cachorro e duas crianças com síndrome de Down. Os passageiros vieram de diversas cidades, como Rio Grande, Porto Alegre, Gramado e Passo Fundo.
Girley Rosa, uma das passageiras do terceiro voo de realocação, relata sua experiência, mencionando as dificuldades enfrentadas durante as enchentes.
“Ficamos ilhados, nossa casa não alagou mas fiquei com meu filho, que é especial e outro de menor, ilhados, sem poder sair. Ontem à noite na hora da gente embarcar alagou todo o lajeado, a gente achou que não ia conseguir pegar o carro pra chegar no aeroporto. Quero agradecer ao Wilson Lima, se não fosse Deus e ele eu não estaria aqui.”
Aproximadamente 150 pedidos foram recebidos pela Defesa Civil do Amazonas, durante os 15 dias de operação. Priorizando questões de saúde, crianças, idosos, pessoas com deficiência e estudantes isolados, a Defesa Civil iniciou o processo de realocação com base em uma análise detalhada da demanda e da necessidade logística.
Os primeiros voos de retorno chegaram a Manaus em 18 de maio, trazendo famílias inteiras e pessoas em situação vulnerável, como crianças com transtorno do espectro autista e síndrome de Down. O processo de realocação continua sendo realizado de acordo com os critérios estabelecidos de prioridade e necessidade, garantindo apoio aos cidadãos afetados pelas enchentes.