Mundo – O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, afirmou no último domingo (21) que está disposto a retomar o diálogo com os Estados Unidos da América (EUA), mas descartou qualquer possibilidade de desmantelar o arsenal nuclear do país.
A declaração foi feita durante a 14ª Assembleia Popular Suprema, em Pyongyang, e divulgada pela mídia estatal na última segunda-feira (22).

No pronunciamento, Kim disse guardar “boas lembranças” do presidente americano, Donald Trump, com quem se reuniu em 2018 e 2019.
Segundo o líder norte-coreano, a relação pessoal construída na época poderia facilitar uma nova rodada de negociações, desde que Washington abandone a exigência de desnuclearização.
“Se os Estados Unidos abandonarem sua vã obsessão pela desnuclearização, reconhecerem a realidade e desejarem uma genuína coexistência pacífica conosco, não temos motivos para confrontá-los”, afirmou.
Apesar do sinal de abertura, Kim voltou a acusar os EUA de desestabilizar a segurança regional por meio da presença militar na Coreia do Sul e no Japão, além da realização de exercícios conjuntos.
Ele classificou o programa nuclear norte-coreano como “necessário e inevitável” para a sobrevivência do regime.

Desde o fracasso da segunda reunião com Trump, em 2019, Kim suspendeu quase todos os canais de cooperação com Seul, em meio a divergências sobre sanções internacionais.
Trump, que reassumiu a Casa Branca em janeiro deste ano, já declarou interesse em reabrir as negociações com Pyongyang.
Ele deve viajar à Coreia do Sul no próximo mês para a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), o que gerou especulações sobre um possível encontro com Kim.
Enquanto isso, o presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, embarcou para Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU. Em seu discurso, deve reforçar os apelos para que Pyongyang volte à mesa de negociações.