Manaus (AM) – Alisson Guilherme Araújo Almeida, um jovem de 19 anos, foi cruelmente torturado e assassinado sob as ordens de líderes de uma facção que opera no Centro de Manaus. O crime ocorreu no dia 6 de abril de 2023 no momento em que a vítima foi confundida com um ladrão de motocicletas quando saia de um bar onde estava com amigos.
“Uma hora da madrugada ele sai do bar e estava empurrando a moto dele porque não tinha conseguido ligar, quando chegam dois traficantes e um mototaxista e começam a agredi-lo achando que ele estava roubando a moto (…) E mesmo ele dizendo que a moto era dele e que ele estava empurrando porque havia ficado ‘no prego’, um desses traficantes, o Daniel Salas, ele dá coronhadas na cabeça dele, dá chutes, agride fisicamente essa vítima e leva a motocicleta para a frente de uma pensão na rua Lobo D’Almada”, disse a delegada Marília Campêlo.
Na manhã desta sexta-feira (5), a delegada relatou que, após as agressões, Alisson foi resgatado por um amigo e familiares e levado até um SPA. Depois de receber atendimento, ele voltou ao Centro para tentar recuperar sua moto.
“Por volta das 3h, o Alisson saiu do local sem ter recebido alta médica para retornar ao Centro para procurar a moto dele. Nesse momento, dois indivíduos, ainda não identificados, o puxam para dentro da pensão onde a moto e ele fica lá por cerca de 40 minutos”.
Depois desse período, o jovem foi escoltado pelos criminosos e forçado a entrar em um táxi, com toda a ação sendo registrada por câmeras de segurança. O veículo partiu e, oito minutos depois, o grupo voltou sem Alisson. Seu corpo foi encontrado apenas três dias depois, dentro de um igarapé no bairro Aparecida, com várias marcas de tiros.
“O Alisson não tinha envolvimento algum com algo ilícito. Os traficantes Diogo e Daniel são membros de uma facção e atuam na área do Centro da cidade, eles têm voz de comando e de decidir se ceifam a vida da vítima, é um caso muito triste”.
Além de Diogo Ferreira Garcia, de 22 anos, conhecido como “DG”, que foi preso nessa quinta-feira (4), a polícia identificou outros envolvidos no crime, incluindo o taxista e o “Diabo Loiro”. Ambos tinham mandados de prisão em aberto, mas morreram em outra ocasião durante as investigações.
Também já foi identificado Daniel Alejandro Sales Martinez, apelidado de “Piranha”, que está sendo procurado. Outros membros da facção que participaram do homicídio ainda estão sob investigação.
DG nega ter participado da tortura e morte do jovem, afirmando que apenas esteve presente na abordagem porque acreditava que o jovem estava roubando a moto. No entanto, ele atribui o crime a Daniel, mas a polícia possui provas consistentes de sua participação direta.