Brasil – O presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com reitores das universidades federais e dos institutos federais (IFs) na próxima quinta-feira (6), para tratar assuntos como a negociação de salários dos professores do ensino superipor e a greve que completa 50 dias nesta terça-feira (4). Além dos dois temas centrais, a reunião também trata os repasses do governo para o ensino superior, como nas áreas de pesquisa, ensino e estrutura.
Com acusações de falta de ações, projetos e repasses para as instituições públicas de ensino superior, o governo Lula está sendo pressionado pela área da educação. A classe também pede mais investimentos nas universidades e nos IFs, que, segundo ela, passa por uma escassez de recursos que impede o desenvolvimento de pesquisas e até mesmo de manter o funcionamento.
Nesta segunda-feira (3), o governo se reuniu com alguns representantes dos educadores, mas adiantou que não haveria reajuste neste ano para nenhuma categoria. Ao fim da reunião, o MGI e o Ministério da Educação (MEC) informaram que não existe mais espaço orçamentário para negociação.
As entidades da classe endossaram a continuidade da greve, à espera de que as medidas sejam contempladas, Já o governo, por meio do MGI, confimou que seguirá com discussões, mas não definiu nova data de reunião.


O levantamento do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) aponta que estão em greve 58 universidades federais, três institutos federais e dois centros federais de educação tecnológica (Cefets). O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) contabiliza que, dos 660 campus, 580 estão parados até o momento.
Por meio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), na última semana, o governo federal chegou a assinar um acordo de reajuste salarial com professores de universidades e IFs de apenas uma entidade, a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes). No entanto, as demais instituições não aderiram ao acordo – entre as quais, o Andes-SN.
Porém, essa medida foi suspensa pela 3ª Vara Federal de Sergipe, que argumenta que os professores que não se sentem representados pela entidade serão prejudicados pelo acordo firmado entre a Proifes e o governo Lula.