Governo Lula completa oitava troca ministerial com saída

Governo Lula completa oitava troca ministerial com saída

BRASIL – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta terça-feira (25), a saída de Nísia Trindade do Ministério da Saúde, marcando a oitava troca na equipe ministerial desde o início do mandato, em janeiro de 2023. A mudança faz parte de uma reforma ministerial em etapas, com o objetivo de fortalecer a relação do governo com o Congresso e recuperar a popularidade junto ao eleitorado. A posse do novo ministro, Alexandre Padilha, atual titular das Relações Institucionais, está marcada para 6 de março.

A substituição de Nísia Trindade ocorre em um momento de desafios para o Ministério da Saúde, incluindo o combate a epidemias como a dengue, que tem exigido ações coordenadas e eficientes do governo federal. A ministra, que assumiu o cargo no início do mandato, deixa a pasta após dois anos de gestão, marcados por avanços e críticas.

Reforma ministerial: estratégia para ampliar apoio e conter crises

As trocas ministeriais no governo Lula têm seguido dois eixos principais: ampliar o apoio político no Congresso Nacional e resolver crises que afetam a imagem do governo. Para fortalecer a base aliada, o presidente tem ampliado a participação de partidos do chamado “Centrão” e até de siglas de direita na Esplanada dos Ministérios. Entre as mudanças recentes, destacam-se:

  • Turismo: Daniela do Waguinho (ex-Republicanos, atual União-RJ) foi substituída por Celso Sabino (PSD-PA);
  • Esportes: Ana Moser (sem partido) deixou o cargo para a entrada de André Fufuca (PP-MA);
  • Portos e Aeroportos: Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumiu a pasta, enquanto Márcio França (PSB-SP) foi remanejado para o novo Ministério de Micro e Pequenas Empresas.

Já para conter crises e tentar recuperar a popularidade do governo, outras três trocas foram realizadas:

  • Gabinete de Segurança Institucional (GSI): O general Gonçalves Dias foi substituído pelo general Marcos Antônio Amaro em maio de 2023, após polêmica envolvendo sua atuação durante os ataques de 8 de janeiro;
  • Ministério dos Direitos Humanos: Silvio Almeida foi demitido em 2024 após denúncias de assédio moral e sexual, sendo substituído por Macaé Evaristo;
  • Secretaria de Comunicação Social: Paulo Pimenta deixou o cargo em janeiro de 2025, dando lugar ao marqueteiro Sidônio Palmeira, em uma tentativa de renovar a comunicação do governo e reverter a queda na popularidade de Lula.

Única mudança fora do padrão: Flávio Dino no STF

A única troca que não seguiu os eixos de ampliação de apoio ou contenção de crises foi a de Flávio Dino. O ex-ministro da Justiça, eleito senador em 2022, foi indicado por Lula para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023. Em seu lugar, assumiu o ministro aposentado do STF Ricardo Lewandowski, que comanda a pasta desde então.

A reforma ministerial em curso busca consolidar a base de apoio do governo no Congresso, onde o Executivo precisa garantir a aprovação de projetos prioritários, e recuperar a confiança do eleitorado, após quedas significativas na popularidade de Lula. A entrada de nomes ligados ao Centrão e a substituição de ministros em pastas estratégicas refletem a tentativa de equilibrar as demandas políticas e sociais.

Com a posse de Alexandre Padilha no Ministério da Saúde, o governo espera dar um novo impulso à pasta, enquanto segue ajustando sua equipe para os desafios políticos e eleitorais que ainda estão por vir.

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