Brasil – Após uma varredura nos cadastros dos beneficiários do Bolsa Família, programa de transferência de renda do país, o governo federal bloqueou cerca de 8,4 milhões de famílias que apresentavam incompatibilidade nos dados do cadastro.
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), pontuou que os cortes são referentes a famílias que mostravam algum tipo de inconsistência no cadastro, de renda ou composição familiar, além de informações desatualizadas.
O intuito do pente-fino é consertar inconsistências no Cadastro Único, que é a porta de entrada para programas sociais do governo federal.
Foram retirados um total de 8.423.205 beneficiários do Bolsa Família, no período de março até dezembro do ano passado. Grande parte do beneficiários está concentrada nas regiões Nordeste, com 3.762.332 e Sudeste com 3.023.165.
De acordo com dados do Observatório do Cadastro Único, os estados de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro foram os únicos a ultrapassarem a marca do milhão de beneficícios cortados.
ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou em entrevista na tarde dessa quinta-feira (28) que a pasta identificou famílias de classe média recebendo, de maneira irregular, o benefício do Bolsa Família e que ao longo do ano, o ministério fez uma “varredura” nos nomes cadastrados para receber o benefício.
Segundo ele, a fiscalização identificou pagamentos feitos a pessoas que tinham rendimentos de mais de R$ 150 mil ao ano. Wellington Dias ainda falou sobre as mudanças nos ministérios e reajuste do Bolsa Família.
“Nós começamos em janeiro (o pente fino) com muita determinação, em conjunto com o TCU (Tribunal de Contas da União), Ministério Público e Judiciário. Tinha gente que ganhava mais de R$ 10 mil por mês, R$ 8 mil por mês, e recebia o benefício, enquanto famílias em situação de fome não tinham acesso”, declarou Dias à CNN.