BRASIL – A escolha de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para assumir a Secretaria de Relações Institucionais do governo federal a partir do próximo dia 10 de março adiciona um novo capítulo à disputa interna pelo comando do Partido dos Trabalhadores (PT). A atual presidente da legenda deixará o cargo para integrar o ministério, abrindo espaço para uma transição que promete acirrar as tensões entre as alas do partido.
Com a saída de Gleisi, a cúpula do PT deverá indicar um nome-tampão para ocupar a presidência interinamente até as eleições internas, marcadas para julho. Dois nomes já despontam como possíveis candidatos ao cargo provisório: o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e o senador Humberto Costa (PT-PE). Ambos têm histórico de atuação destacada no partido e poderiam liderar uma disputa contra o favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva.
Edinho Silva, que já iniciou uma campanha informal pela presidência do PT com visitas a diretórios regionais pelo país, é visto como o candidato preferencial de Lula para assumir o comando da legenda. No entanto, a indicação de um nome-tampão e a possível candidatura de Guimarães ou Costa podem criar um cenário de competição acirrada, refletindo as diferentes correntes e interesses dentro do partido.
A movimentação ocorre em um momento delicado para o PT, que busca fortalecer sua base de apoio no Congresso e manter a unidade interna diante dos desafios políticos do governo Lula. A saída de Gleisi Hoffmann, uma das principais articuladoras do partido, para assumir um cargo no ministério reforça a importância da Secretaria de Relações Institucionais na mediação entre o Executivo e o Legislativo, mas também deixa um vácuo de liderança no PT que precisará ser preenchido com estratégia e cautela.
Enquanto isso, a definição do nome-tampão e os preparativos para as eleições internas em julho devem dominar os debates no partido nos próximos meses, com reflexos diretos na articulação política do governo e na condução dos projetos de Lula.
Com informações sobre os possíveis cenários e os nomes envolvidos, a sucessão no PT promete ser um dos principais temas da política nacional nos próximos meses.