Gestores do Sindespecial são afastados de cargos pelo TRT

Gestores do Sindespecial são afastados de cargos pelo TRT

Manaus (AM) – A decisão, tomada pela maioria dos desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), determinou o afastamento de William Enock de Sousa Siqueira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Empresas de Transporte Especial, Turismo, Fretamento, Locadora e Carros de Valores Intermunicipal de Manaus (Sindespecial), e de seu vice, Gabriel, sob suspeita de fraude nas eleições sindicais, na última semana. A medida foi tomada após a análise de diversas denúncias que indicavam irregularidades no processo eleitoral da entidade.

A acusação formal apresentada ao TRT sobre os gestores do Sindespecial afirma que William Enock e Gabriel manipularam os resultados das eleições internas para garantir a permanência nos cargos, utilizando métodos fraudulentos, como a inserção de eleitores fantasmas e a intimidação de adversários políticos. As suspeitas surgiram após sindicalistas denunciarem que foram impedidos de concorrer ou tiveram seus votos anulados.

A decisão do TRT, que incluiu o afastamento imediato dos dois dirigentes, foi baseada em evidências obtidas na investigação, que revelou um esquema organizado de corrupção e fraude eleitoral. A maioria dos desembargadores concluiu que a permanência de William Enock e Gabriel nos cargos comprometia a transparência e a integridade do processo democrático dentro do sindicato.

Além das fraudes eleitorais, ambos enfrentam acusações de desvio de recursos sindicais e intimidação de testemunhas. As investigações mostraram que os dirigentes usaram parte das contribuições dos associados para benefício próprio, enquanto membros da oposição eram pressionados e até ameaçados para não denunciarem as irregularidades.

Mais investigações

A Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT11) também determinou que William Enock, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Especial, Turismo, Fretamento, Escolar e Locadoras de Veículos no Estado do Amazonas (SINDESPECIAL), preste contas de R$ 5,616 milhões arrecadados para o auxílio-saúde da categoria entre 2016 e 2024.

A decisão impõe um marco inédito na gestão de Enock, que nunca havia sido obrigado a esclarecer como os recursos do sindicato eram utilizados. Agora, além de prestar esclarecimentos à Justiça, ele precisará demonstrar à própria categoria o destino do montante arrecadado.

O caso ganhou força após denúncias do líder sindical Josildo Oliveira, que há anos se posiciona contra a condução de Enock à frente do Sindespecial. Entre os principais questionamentos estão, além do auxílio-saúde, a falta de transparência sobre o uso dos valores arrecadados com a mensalidade sindical, que giram em torno de R$ 6 milhões.

A gestão de William Enock tem sido marcada por controvérsias e suspeitas. Em 2024, o sindicato esteve envolvido na campanha eleitoral de Gabriel Enock (PSDB) para vereador, tentativa frustrada de estender sua influência ao Legislativo municipal. A nova decisão judicial pode representar o primeiro passo para um maior escrutínio sobre sua administração e o destino dos recursos da entidade.

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