Manaus (AM) – Na manhã deste domingo (2), as defensoras Lidiane Roque e Nauzila Campos, que representam a defesa de Ademar e Cleusimar Cardoso, irmão e mãe de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha encontrada morta na última terça-feira (28), revelaram novos detalhes sobre o caso durante uma coletiva de imprensa realizada em frente à sede do salão de beleza da família, localizado no bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus.
Vídeo e declarações são frutos de alucinações, segundo defesa
As advogadas sustentaram a versão de que os acusados são pessoas doentes, vítimas de vício em cetamina, uma substância altamente alucinógena. Segundo Nauzila Campos, a seita “Pai, Mãe, Diva”, que a polícia acredita envolvendo DjiDja, Cleusimar e Ademar, não passa de uma alucinação decorrente do uso contínuo da droga.
“A decisão de usar drogas é individual, todas as pessoas envolvidas são adultas e isso é muito importante destacar. Porque nós dizemos que não existe seita, nem rituais macabros? Porque todas as declarações deles e os vídeos, que infelizmente circulam na internet e esses elementos de prova que estão no inquérito são frutos de alucinações extremamente severas de uma droga que está destruindo famílias. Essa família é apenas um exemplo”, afirmou Nauzila.
Não houve coação para uso de drogas, diz advogada
Quando questionada, Lidiane Roque afirmou que Cleusimar Cardoso lhe ofereceu cetamina, mas negou qualquer ato de coação. “Sim, ela chegou a me oferecer, quem eu presenciei que oferecia era a Cleusimar, mas nunca houve coação, nunca houve obrigações, inclusive eu cheguei a confirmar isso com os funcionários. Eu respondi: Não, não tenho interesse, mas agradeço.”
Lidiane, que é amiga íntima da família, reforça que Djidja, Cleusimar e Ademar Cardoso nunca formaram uma seita. “Não existia seita, eu sou testemunha ocular. Sob efeito de drogas, eles pregaram a filosofia prevista no Livro Cartas de Cristo, mas não existia seita, não existia envolver funcionários, não existiam rituais satânicos que envolviam animais ou sacrifícios.”
Na ocasião, as advogadas ainda afirmaram que Cleusimar está sofrendo forte abstinência causada pela interrupção no uso da droga, dentro da unidade prisional.
Defesa desmente desvio de R$ 60 mil
A defesa da família também desmentiu a informação de que Ademar teria desviado cerca de R$ 60 mil das caixas da empresa para comprar drogas. As advogadas enfatizaram que tal acusação é infundada e que não há provas concretas que sustentem essa alegação.
Cleusimar e Ademar Cardoso estão enfrentando acusações graves, incluindo tráfico de drogas e envolvimento em atividades suspeitas ligadas à seita “Pai, Mãe, Diva”. A morte de DjiDja Cardoso trouxe uma atenção enorme para o caso, e a defesa está trabalhando para esclarecer as circunstâncias em torno dos eventos que resultaram na tragédia.