Brasil – O ex-ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro, Gilson Machado, foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (13), em Recife (PE). A ação está relacionada a investigações sobre supostas articulações para agilizar a emissão de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, réu no inquérito sobre suposto golpe que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Gilson Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal no Recife ainda em maio de 2025, buscando acelerar a emissão do documento para Mauro Cid. A PF suspeita que a medida poderia viabilizar uma possível saída do país do militar, que responde a processos no STF.
A investigação aponta que, embora Cid tenha direito à cidadania portuguesa por meio de seu avô (nascido em Portugal), ele e Gilson Machado negavam qualquer envolvimento em tentativas de acelerar o processo. No entanto, a PF encontrou indícios de que o ex-ministro teria feito gestões irregulares para beneficiar o tenente-coronel.
Na véspera da prisão, Gilson Machado esteve ao lado de Jair Bolsonaro em agendas públicas em Natal (RN). Porém, na noite de quinta-feira (12), ele retornou de carro para o Recife, onde foi preso na manhã seguinte.
Além da prisão de Gilson, a PF também realizou um novo pedido de busca e apreensão contra Mauro Cid, que deve prestar depoimento ainda nesta sexta-feira. Os investigadores buscam confirmar se houve tentativa de usar o passaporte para deixar o Brasil.
O ex-ministro deve passar por audiência de custódia nas próximas horas, enquanto a PGR e a PF continuam a apurar o caso. O inquérito no STF, que investiga supostas ações golpistas após as eleições de 2022, ganha mais um capítulo com a prisão de um ex-integrantes do governo Bolsonaro.
Gilson Machado já havia sido alvo de outras operações da PF, mas esta é a primeira vez que é preso no contexto das investigações relacionadas a Mauro Cid e ao inquérito do golpe.