Europa investiga se big techs combatem mesmo golpes financeiros online

Europa investiga se big techs combatem mesmo golpes financeiros online

As empresas Apple, Google e Microsoft, além do grupo Booking, serão oficialmente investigadas por uma comissão na União Europeia sobre segurança digital. A avaliação tem como objetivo descobrir se elas estão realizando ações concretas e efetivas contra fraudes financeiras.

A iniciativa é encabeçada pela atual liderança em tecnologia da União Europeia, Henna Virkkunen. Por enquanto, a operação só vai solicitar informações de cada uma das empresas envolvidas. 

Depois da análise da documentação, o grupo vai decidir se há ou não embasamento para uma investigação formal e eventuais punições. A pena máxima por descumprimento no combate a conteúdos ilegais e desinformativos na União Europeia é de até 6% da receita bruta anual da companhia.

De acordo com Henna, “mais e mais ações criminosas estão acontecendo online” e é preciso garantir que essas plataformas “de fato estão fazendo tudo o que é possível para detectar e prevenir esse tipo de conteúdo ilegal“. O prazo para envio dos documentos não foi divulgado, mas a decisão do grupo sobre o caso deve levar alguns meses.

Por que as Big Tech serão investigadas?

O caso contra as empresas de tecnologia está embasado na Lei dos Serviços Digitais, que foi aprovada em 2024. Essa é uma regulamentação da União Europeia que traz uma série de deveres e responsabilidades para plataformas digitais, inclusive em setores como privacidade e segurança.

Os questionamentos específicos da investigação envolvem os seguintes tópicos:

  • Apple e Google, donas dos sistemas operacionais iOS e Android, terão que explicar como as respectivas lojas digitais lidam com aplicativos falsos, em especial cópias de serviços bancários;
  • Google e Bing, da Microsoft, precisam responder ainda sobre como os motores de busca agem para evitar a publicação de resultados falsos nas pesquisas ou em anúncios;
  • Já o Booking.com, que é um serviço originado nos Países Baixos (e, portanto, o único europeu da lista) foi convocado para falar sobre ações contra falsos locais de hospedagem;
  • Henna alega que mais de 4 bilhões de euros (quase R$ 25 milhões em conversão direta de moeda) são perdidos anualmente só no continente em fraudes online, além de prejuízos à saúde mental, e com possível aumento nesses golpes com o uso de inteligência artificial (IA);

Segundo o jornal The Financial Times, Google e Apple não responderam publicamente à convocação, enquanto Booking e Microsoft dizem que “vão engajar construtivamente” no assunto com a força-tarefa. Em uma investigação separada, a Meta (dona de Facebook e Instagram) também pode ser formalmente denunciada por violação das leis regionais.

Autoridades de países europeus ou do bloco como um todo estão cada vez mais voltados para investigações contra práticas de empresas de tecnologia. Recentemente, Google e Shein foram multadas em 475 milhões de euros por descumprirem regras de cookies, enquanto a Apple foi obrigada (mesmo sob contestação) por uma decisão judicial a compartilhar dados com concorrentes.

Aeroportos de várias cidades da Europa ainda estão com operações limitadas depois de um ransomware de larga escala contra um serviço de check-in e embarque. Quer saber mais sobre o caso? Leia aqui no TecMundo!

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