O Santander extinguiu antecipadamente as transferências via Documento de Ordem de Crédito (DOC). Apesar dos bancos só precisarem encerrar o recurso em maio, como anunciou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a instituição se antecipou e a opção já não está mais disponível para os clientes.
No final de julho, o Santander havia dito que encerraria esse tipo de transferência em setembro, mas acabou antecipando a decisão. Com a ascensão do Pix, tanto o DOC quanto a Transferência Especial de Crédito (TED) acabaram perdendo força.
“O serviço de DOC acabou”, diz o título da notificação do Santander enviada aos clientes. “O DOC foi descontinuado. Agora, suas transferências podem ser feitas por Pix ou TED”, segue o recado da instituição. Alguns usuários publicaram capturas de tela do momento no X, antigo Twitter.
um registro histórico pic.twitter.com/E8wmXaZisb
— Alexander Pilarum Caietanum Canit™ (@fvguima) August 29, 2023
Mais uma coisa pra eu contar pros adolescentes mostrando quão velho eu estou.
Eu: “na minha época nem existia pix, era doc, e eu pagava 10 REAIS PRA FAZER ” pic.twitter.com/LtFCGxob6V
— liliezer (@naoLinemLili) August 29, 2023
Os clientes também receberam um aviso ao tentar efetuar uma transferência para contas de outros bancos. “A transferência via DOC foi descontinuada, utilize a TED (Transferência Especial de Crédito) para suas transferências”, diz o recado. “As transações agendadas serão mantidas e concluídas”, conclui o Santander.
O DOC foi criado em 1985 pelo Banco Central (BC). A transferência é realizada de um dia para o outro e tem limite de R$ 4.999,99. O dinheiro cai na conta do destinatário no dia útil seguinte ou dois dias úteis depois, se feito após às 22h, nos fins de semana ou feriados.
Para enviar valores mais altos, os clientes precisam fazer um TED. Caso a movimentação seja feita até as 17h, ela entra na conta de destino no mesmo dia. Após esse horário, a quantia será creditada apenas no próximo dia útil.
Soberania do Pix
Lançado em novembro de 2020, o Pix logo substituiu o DOC. A Febraran realizou um levantamento, usando dados do BC, que mostram a queda vertiginosa da antiga modalidade. Em 2022, foram apenas 59 milhões de operações em DOC, ou 3,7% do total.
Confira o ranking de movimentações do ano passado, com quantidade de operações e valores movimentados:
- Pix – 24,1 bilhões – R$ 10,9 trilhões (maior número de transações)
- Cartão de crédito – 18,2 bilhões – R$ 2,09 trilhões
- Cartão de débito – 15,6 bilhões – R$ 992 bilhões
- Boleto – 1,03 bilhões – R$ 2,3 trilhões
- TED – 1,01 bilhão – R$ 40,7 trilhões (maiores valores transacionados)
- Cheques – 202,8 milhões – R$ 666,8 bilhões
- DOC – 59 milhões – R$ 55,7 bilhões(menor número de transações e menores valores transacionados)