O quarto capítulo da famosa franquia de terror Invocação do Mal chegou aos cinemas recentemente com a promessa de encerrar a trajetória de Ed e Lorraine Warren nas telonas. Intitulado Invocação do Mal 4: O Último Ritual, o longa apresenta um caso tão perturbador quanto marcante na carreira dos demonologistas: o assombro da família Smurl, registrado na Pensilvânia nos anos 1980.
Mais do que um simples enredo cinematográfico, a produção se apoia em acontecimentos que chamaram a atenção da mídia e até hoje dividem opiniões entre céticos e crentes no sobrenatural. Abaixo, portanto, conheça a história real que inspirou Invocação do Mal 4!
O caso Smurl em Invocação do Mal 4
Jack e Janet Smurl se mudaram em 1976 para um duplex em West Pittston, uma pequena cidade da Pensilvânia, acompanhados de suas duas filhas. O outro lado da casa foi ocupado pelos pais de Jack, e com o tempo a família cresceu, recebendo também um par de gêmeos.
A vida parecia tranquila, até que, quase uma década depois, os eventos estranhos começaram a se manifestar. Em 1985, um episódio inusitado marcou o início do pesadelo: uma luminária caiu do teto e feriu a filha Shannon. A partir daí, os relatos se intensificaram.
Os Smurl afirmaram ouvir gritos apavorantes, sentir odores inexplicáveis e presenciar ataques físicos. O cachorro da família foi lançado contra a parede, as crianças empurradas escada abaixo e, em um dos relatos mais perturbadores, Jack declarou ter sido vítima de agressões de natureza sexual por parte de uma entidade.
A situação chegou a tal ponto que dois rituais de exorcismo não surtiram efeito. Desesperados, os Smurl decidiram tornar público o que viviam, aparecendo em programas de televisão e jornais. Foi nesse momento que o caso chegou ao conhecimento de Ed e Lorraine Warren, que já eram reconhecidos internacionalmente por suas investigações paranormais.
A investigação dos Warrens e o confronto com o mal
Ao visitar a residência, os Warrens concluíram que a casa estava tomada por quatro espíritos: uma idosa, uma jovem violenta, um homem que teria morrido no local e um demônio que se utilizava das outras presenças para atormentar a família.
Ed relatou que, já na primeira noite, enfrentou fenômenos intensos: móveis tremendo, quedas bruscas de temperatura e a formação de uma massa escura diante de seus olhos.
Lorraine, por sua vez, afirmou sentir a carga negativa que se projetava sobre os moradores. As sessões com água benta, óleo santo e crucifixos provocaram manifestações violentas dentro do imóvel, mas não pareceram eliminar a ameaça.
Mais tarde, um pastor da região, Joseph Adonizio, declarou que foi graças a intensas orações que os sinais de atividade demoníaca começaram a cessar.
Apesar disso, Janet Smurl revelou que, mesmo após a intervenção, ainda ouvia batidas misteriosas e via sombras em sua casa. Em 1987, a família optou por se mudar para a cidade vizinha de Wilkes-Barre.
O imóvel foi vendido, mas carregou consigo a fama de ser um dos endereços mais assombrados da Pensilvânia. Curiosamente, moradores posteriores afirmaram nunca ter presenciado nada fora do comum.
O legado da família Smurl e a adaptação no cinema
A repercussão do caso levou os Smurl a lançar, em parceria com os Warrens, o livro The Haunted: One Family’s Nightmare em 1986. A obra ganhou adaptação para a televisão cinco anos depois, mas foi apenas em Invocação do Mal 4 que a história alcançou o grande público em escala mundial.
No filme, os personagens de Jack e Janet são interpretados por Elliot Cowan e Rebecca Calder, enquanto Patrick Wilson e Vera Farmiga retornam como os icônicos demonologistas.
Na vida real, Jack faleceu em 2017, vítima de complicações de saúde. Sua filha Carin chegou a seguir os passos dos Warrens, atuando como investigadora paranormal e mantendo viva a lembrança do trauma vivido pela família.
Assim, portanto, Invocação do Mal 4: O Último Ritual não é apenas mais um capítulo de uma franquia de sucesso, mas também um retrato cinematográfico de um dos casos mais controversos da história da paranormalidade nos Estados Unidos.