Com sangue no rosto, pedreiro afirma que ajudante de 15 anos tentou o matar em Manaus

Com sangue no rosto, pedreiro afirma que ajudante de 15 anos tentou o matar em Manaus

Manaus (AM) – Um caso de violência chocou o bairro Compensa 3, na zona oeste de Manaus, quando um pedreiro de 38 anos, conhecido como Shell, foi preso após matar a facadas o adolescente Juan, de 15 anos, seu ajudante de obras. O acusado, cujo nome real é José Carlos da Silva, foi fotografado no momento da prisão com marcas de sangue no rosto e nas mãos, além de um ferimento no braço. As imagens mostram o homem sendo conduzido por policiais enquanto respondia aos questionamentos dos agentes.

Em seu depoimento à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Shell afirmou que agiu em legítima defesa. Segundo sua versão, o adolescente teria invadido sua residência armado com uma faca e o atacado primeiro. O pedreiro contou que, durante a luta corporal, conseguiu tomar a arma do jovem e o feriu mortalmente.

As circunstâncias do crime, porém, apresentam contradições que estão sendo apuradas pela polícia. O corpo do adolescente foi encontrado dentro da casa do pedreiro, não na entrada ou em área externa, como seria esperado em uma situação de invasão. Além disso, Juan sofreu múltiplos golpes de faca, enquanto Shell apresentava apenas um corte superficial no braço. Esses detalhes levantam dúvidas sobre a narrativa de legítima defesa apresentada pelo acusado.

Vizinhos e familiares da vítima relataram à polícia que existiam desentendimentos anteriores entre os dois. De acordo com esses depoimentos, os conflitos começaram por questões relacionadas ao trabalho e pagamento de serviços. Algumas testemunhas afirmaram que o pedreiro já havia feito ameaças ao adolescente dias antes do ocorrido. O histórico de Shell também está sendo analisado – ele tem registro policial por ameaça e lesão corporal em um caso ocorrido em 2020.

A DEHS continua investigando todas as possibilidades, incluindo a hipótese de que o adolescente possa ter sido atraído para uma armadilha. Os peritos estão analisando as provas coletadas no local do crime e buscando imagens de câmeras de segurança da região que possam esclarecer os fatos. Enquanto isso, o pedreiro permanece preso à disposição da Justiça.

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