Brasília (DF) – A China emitiu um alerta contundente nesta segunda-feira (21), advertindo que tomará represálias contra nações que firmarem acordos comerciais com os Estados Unidos em detrimento de seus interesses. Segundo a Reuters, o Ministério do Comércio chinês acusou Washington de utilizar tarifas e sanções monetárias para pressionar países a limitarem suas relações comerciais com Pequim.
Em resposta, a China prometeu adotar contramedidas proporcionais caso seja prejudicada. A tensão ocorre em meio à intensificação da guerra comercial entre os dois países, com os EUA impondo tarifas de até 145% sobre produtos chineses e a China retaliando com tarifas de até 125% sobre produtos americanos.
A escalada tarifária entre China e Estados Unidos tem gerado impactos significativos na economia global, afetando cadeias de suprimentos e aumentando a volatilidade nos mercados financeiros. A Organização Mundial do Comércio (OMC) revisou para baixo suas projeções para o comércio mundial de mercadorias em 2025, prevendo uma queda de 0,2%, contrastando com o crescimento de 2,7% estimado anteriormente.
Impactos para o Brasil: oportunidades e desafios
Para o Brasil, a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo apresenta tanto oportunidades quanto riscos. Por um lado, a imposição de tarifas sobre produtos agrícolas americanos, como soja, milho e carnes, abre espaço para que o Brasil aumente suas exportações para a China. Empresas brasileiras do agronegócio, como SLC Agrícola e BrasilAgro, podem se beneficiar com o aumento da demanda chinesa.
No entanto, essa maior demanda pode pressionar os preços internos de alimentos no Brasil, contribuindo para a inflação. Além disso, a dependência excessiva do mercado chinês torna o Brasil vulnerável a mudanças nas políticas comerciais de Pequim. Especialistas alertam que, embora haja ganhos no curto prazo, os riscos de instabilidade econômica e inflação podem superar os benefícios.