câmeras mostram estudante saindo de terminal antes de ser morta

câmeras mostram estudante saindo de terminal antes de ser morta

Brasil – A estudante e mestranda da USP, Bruna Oliveira da Silva, 28 anos, foi vista por câmeras de segurança na noite do último domingo (13), caminhando pelas ruas após sair do terminal de ônibus da estação Itaquera, da zona leste de São Paulo, antes de ser morta.

As imagens são os últimos registros em vida da jovem que, quatro dias depois, seria encontrada morta nos fundos de um estacionamento, na Avenida Miguel Ignácio Curi, na Vila Carmosina.

Bruna retornava do bairro do Butantã, na zona oeste, onde havia passado o dia com o namorado. Deveria ser um retorno comum para casa, em Itaquera. Mas o desencontro de circunstâncias — o celular sem bateria, a espera por um carro que não chegou a ser chamado, a tentativa de fazer o trajeto a pé — acabou se transformando em uma tragédia sem explicações.

Segundo Karina Amorim, tatuadora e amiga próxima de Bruna, a estudante parou em uma banca de jornal no terminal para carregar o celular. Chegou a enviar uma mensagem pedindo ao namorado um valor para pegar um carro de aplicativo, por estar tarde demais para voltar de transporte público. Ele transferiu o dinheiro, mas o aparelho descarregou logo em seguida. A última atividade de Bruna no WhatsApp foi registrada às 22h21.

A corrida nunca foi solicitada. A jovem simplesmente desapareceu.

O corpo de Bruna foi encontrado na quinta-feira, 17, completamente nu e com marcas de violência. As evidências apontam para o uso de um objeto cortante e indicam possível violência sexual. O celular da vítima não foi localizado — e, segundo Karina, o fato de não ter sido rastreado sugere que ele foi desligado intencionalmente, talvez para apagar vestígios do crime.

“Se fosse um assalto, o aparelho provavelmente estaria ligado ou já teria sido vendido. Isso parece mais alguém tentando apagar provas de abuso”, afirmou a amiga, visivelmente abalada.

Antes mesmo da localização oficial do corpo pela polícia, um vídeo macabro começou a circular em grupos de WhatsApp. Nas imagens, é possível ver partes de um corpo e uma peça de roupa vermelha — a mesma cor da blusa que Bruna usava no dia em que desapareceu.

A disseminação do vídeo, classificado com a etiqueta “encaminhado com frequência”, expôs de forma cruel uma realidade cada vez mais comum: o uso das redes sociais para compartilhar conteúdos sensacionalistas e desrespeitosos, mesmo diante da dor de uma família que ainda buscava respostas.

Segundo Karina, Bruna poderia ter optado por andar até em casa — um percurso de cerca de 20 minutos. “Ela era uma mulher inteligente, independente. Provavelmente se sentiu segura por conhecer o caminho. Mas ali não é seguro. E ninguém faz nada”, desabafou a amiga.

A região da Vila Carmosina, assim como outras áreas periféricas da capital, é frequentemente marcada pelo abandono do poder público, pela falta de iluminação adequada e por históricos de violência que são ignorados por quem deveria zelar pela segurança da população.

O caso segue sob investigação pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pelo 24º Distrito Policial, na Ponte Rasa. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado e a Polícia Civil trata o caso como “morte suspeita”.

A ausência de testemunhas, a falta de imagens mais claras e o desaparecimento do celular tornam a investigação mais difícil. Mas a pressão de familiares, amigos e da comunidade tem crescido nas redes, exigindo justiça e responsabilização.



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