Brasil bate recorde de roubos e furtos de celulares; veja como proteger o seu aparelho

Imagem de: IA Generativa: ferramenta transforma time de segurança em guardiões especializados

Há uma epidemia de roubos e furtos de celulares que se agrava cada vez mais no Brasil. O país registrou 508,3 mil roubos e 490,8 mil furtos de celulares no ano passado, totalizando quase 1 milhão de ocorrências. Isso significa um aumento de 16,6% na comparação com 2021.

As informações constam no 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, desenvolvido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado no mês passado. Como a pesquisa só leva em consideração dados oficiais registrados pelas secretarias estaduais de segurança pública, podemos considerar que o número real seja maior.

São Paulo foi o “líder” neste infame registro e teve 346,5 mil casos de roubo ou furto de smartphones, um aumento de 19% na comparação com 2021. Neste cenário preocupante, o trabalho para tentar conter essa onda de criminalidade também deve ser feito pelas fabricantes, como admite um executivo do setor.

CelularesDepois de São Paulo, Bahia, Pará, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os estados com mais ocorrências de roubo e furto de celulares. (Imagem: jacoblund/Getty Images)

“Os celulares têm um leque de soluções de segurança que poucas pessoas conhecem. Por causa disso, estamos trabalhando para divulgar mais, até porque entendemos que essa é uma responsabilidade social nossa”, defende Eduardo Santos, diretor de soluções para o mercado corporativo da Samsung Brasil, em entrevista ao TecMundo.

O especialista comenta que há uma “indústria do crime” no país e que muitas vezes os bandidos são beneficiados por brechas deixadas pelos próprios usuários nos aparelhos. Ele exemplifica argumentando que “tem muita gente que não usa nem senha para desbloquear o celular”.

Os bens mais importantes são os dados

Muitas pessoas encaram o interesse de criminosos por celulares como uma mostra de que os hardwares são extremamente valiosos. Na verdade, o que investigações policiais sugerem é que o que importa mesmo para os bandidos são os dados que constam nos aparelhos.

Em posse de smartphones desbloqueados, os ladrões utilizam as informações das vítimas para criar contas em bancos, falsificar documentos e realizar outros crimes financeiros. Quando bem-sucedidas, estas ações rendem muito mais dinheiro do que a revenda das peças e dos celulares em si.

Devido ao interesse nos dados das vítimas e apps de bancos, há uma mudança no perfil do modus operandi. Segundo o 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, se há alguns anos as interações violentas como roubos e furtos dominavam as estatísticas, atualmente existe um crescimento no número de fraudes e golpes pela internet.

Cartão de créditoDados dos cartões de crédito ficam na mira dos bandidos. (Imagem: brizmaker/Getty Images)

“Cada vez mais, as atividades criminosas passam a ocorrer na arena virtual”.

Cada vez mais, as atividades criminosas passam a ocorrer na arena virtual. O tipo criminal típico deixa de ser o roubo e passa a ser o estelionato e/ou o golpe virtual, em muito dependente de redes de receptação dos equipamentos furtados/roubados”, diz trecho do relatório.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de estelionatos por meio eletrônico aumentou 65,2% no ano passado na comparação com 2021, resultando em 200 mil ocorrências do tipo.

Novas formas de proteção

Com a multiplicação dos crimes envolvendo um dos eletrônicos mais essenciais para qualquer cidadão, é importante alertar ao público que é possível se defender de vários tipos de crimes. Santos pontua que no caso da Samsung o aspecto da segurança é um elemento indiscutível.

“Atualmente nós temos acima de 50% do market share [fatia de mercado] no Brasil. Ou seja, de 100 celulares, mais de 50 são da Samsung. Então construir soluções de segurança é um ponto de preocupação muito grande”, argumenta.

Para fortalecer este quesito, há pouco mais de um mês a Samsung lançou no Brasil o Cadeado Galaxy. Ele é um serviço de bloqueio remoto exclusivo para celulares da marca que deixa inacessível os apps de bancos, redes sociais, mensagens e outras aplicações que podem expor dados dos usuários após um roubo, furto ou perda.

Cadeado GalaxyO Cadeado Galaxy bloqueia o IMEI do aparelho Samsung. (Imagem: Wellington Arruda/TecMundo)

Voltado para modelos fabricados a partir de 2019, o Cadeado Galaxy é gratuito somente para celulares topos de linha como o Z Fold 5 e Z Flip 5 e todos das séries S23 e S22. Para o restante é cobrado R$ 39,90 por um ano de proteção ou R$ 59,90 por dois anos.

Questionado sobre o porquê tornar paga uma solução tão importante, o executivo da Samsung argumenta que há uma questão financeira envolvida na operação.

“A Samsung tem uma central de atendimento que envolve custos para que ela funcione 24 horas por dia nos 7 dias da semana. Entendemos que um preço de R$ 39,90 por um ano é baixo para o benefício que pode trazer. Sem contar que o gratuito às vezes as pessoas não valorizam. Quando elas pagam, elas costumam lembrar do serviço”, justifica.

Cadeado GalaxyO Cadeado Galaxy está disponível para celulares das linhas Galaxy A, M e S. (Imagem: Alex Wong/Getty Images)

Santos conta que a adesão ao Cadeado Galaxy tem sido muito boa e que já há “milhares” de assinaturas, o que ficou “muito acima das expectativas”. Ele revela que a intenção é manter a solução nos topos de linha lançados nos próximos anos e que estão em andamento discussões para implementar a novidade em mercados da América Latina como Peru, Chile, Argentina, México e Colômbia.

Sobre os bastidores do projeto, o representante da gigante sul-coreana comenta que o Cadeado Galaxy foi uma invenção brasileira e foi traduzido para clientes de opções de segurança que já estavam no mercado corporativo. Depois de desenhado, o projeto foi colocado no ar em um período de oito meses. Ele diz que foi difícil convencer a matriz da Samsung na Coreia, já que a gigante argumentava já disponibilizar de várias outras tecnologias de segurança.

“Para o futuro, estamos trabalhando com parceiros para que o Cadeado Galaxy seja lançado de maneira ainda mais massiva para o público. Então estamos discutindo com bancos, seguradoras, varejistas para popularizar ainda mais a solução”, conta.

Outras soluções de segurança

Além do novo Cadeado Galaxy, a Samsung possui em seus aparelhos várias camadas de segurança. Dentre elas estão a Pasta Segura, onde é possível proteger apps com senhas, e o SmartThings Find, que permite localizar qualquer dispositivo Galaxy mesmo que a internet dele esteja desligada.

A seguir, confira as melhores práticas de segurança não só para celulares da Samsung, mas também de outras marcas.

Apple

A Apple tem, no iPhone, sistemas como a Pasta Secreta e Verificação de Segurança que mostra o que está sendo compartilhado e com quem. O usuário pode decidir se deseja parar de compartilhar as informações, por exemplo.

Os celulares e outros dispositivos da marca também têm acesso à criptografia a partir de ferramentas como o Cofre de Dados, que ajuda a proteger as informações contra o acesso não autorizado.

Aparelhos roubados, furtados ou perdidos ainda podem ser procurados em um mapa através do sistema Buscar. Se a função Buscar iPhone estiver desligada, o usuário pode entrar neste site para verificar como proteger sua conta Apple.

Motorola

Dentre os principais meios de proteção, a Motorola conta com a central de segurança Moto Secure. Por meio deste recurso, disponível para aparelhos com Android 13, é possível ativar uma pasta segura e bloquear o desligamento de redes Wi-Fi ou 4G/5G, por exemplo.

Xiaomi

De maneira nativa, aparelhos da Xiaomi têm uma função importante de bloqueio de apps para impedir que pessoas indesejadas acessem seus serviços de banco, mensageiros e outras contas.

O bloqueio pode ser ativado nas configurações. Basta acessar Apps > Bloqueio de apps > Ativar > Adicionando a Conta Mi > Selecionando os apps que só serão abertos com impressão digital.

Em casos de roubos, furtos ou perdas a Mi Conta ainda permite localizar os aparelhos. Com a função “Encontrar dispositivo” os usuários ainda conseguem bloquear e até apagar todos os dados que estão gravados no celular, além de ainda emitir sinais sonoros. Todos os recursos podem ser acessados entrando no site da empresa.

Outros celulares

Celulares de outras fabricantes possuem soluções específicas, mas também contam com as ferramentas do Google. A ferramenta “Encontrar seu smartphone” permite, por exemplo, rastrear, apagar dados, bloquear e fazer um dispositivo móvel emitir um sinal sonoro. Se o modelo for Android, o serviço também permite apagar todos os dados.

Para fazer tudo isso, porém, é preciso ter uma conta Google cadastrada e que o celular extraviado esteja ligado, com o GPS ativado e com conexão 4G ou 5G.

Veja, abaixo, mais conteúdos do TecMundo sobre o tema segurança de celulares:

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