Manaus (AM) – A cada dia, a BR-319 se consolida como o maior símbolo do abandono federal no Norte do país. O trecho da rodovia que corta o Rio Curuçá, onde a ponte desabou em 2022, voltou a protagonizar cenas de desespero e revolta nesta terça-feira (3). Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra o momento em que uma balsa desgovernada avança violentamente sobre a mata ribeirinha, após perder o controle durante a travessia.
Horas antes do incidente, o DNIT havia liberado provisoriamente o tráfego de veículos leves e médios sobre um aterro que, como já tem virado rotina, não aguentou nem dois dias e voltou a ceder. A interdição foi imediata e escancarou mais uma vez a precariedade da “solução temporária” usada para escoar o tráfego da BR-319 — que a ministra Marina Silva, em tom de desprezo, certa vez afirmou que a BR-319 servia apenas para passeio, o que levou os internautas ironizarem: “rodovia do passeio”.
Nas redes sociais, a população explodiu em críticas. “É só votar no Lula de novo, faz o L!”, ironizou um morador. Outro rebateu: “Com Bolsonaro cortando o orçamento do DNIT e Lula mantendo tudo como está, a gente segue sendo humilhado. Direita e esquerda se xingam, e o Norte continua invisível.”
A revolta aumentou quando surgiram comentários sobre o valor milionário gasto no aluguel das balsas. “Com essa grana eles já teriam construído outra ponte, mas preferem esse teatro”, denunciou um internauta. Outro disparou: “Estão esperando acontecer um desastre enorme para fiscalizar as balsas no Amazonas.”
E ainda sobrou para o meio ambiente: “Será que a ministra Marina não vai ficar brava porque a balsa derrubou umas árvores?”, ironizou uma postagem que viralizou entre os motoristas que enfrentam a travessia.
A PRF e o DNIT alegam que o rompimento foi causado pela força da correnteza, intensificada pela cheia do rio.