Bolsonaro chora e diz que Eduardo se afasta para ‘combater o nazifascismo’ no Brasil

Bolsonaro chora e diz que Eduardo se afasta para ‘combater o nazifascismo’ no Brasil

Brasil – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se emocionou nesta terça-feira (18) ao falar publicamente sobre a decisão do filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de se licenciar do cargo de deputado federal para permanecer nos Estados Unidos. Segundo Eduardo, o objetivo da sua permanência no exterior é “combater o nazifascismo que avança sobre o nosso País”.

A declaração de Bolsonaro foi feita durante a cerimônia de abertura de uma exposição sobre o Holocausto, realizada no Espaço Senador Ivandro Cunha Lima, em Brasília. O evento contou com a presença de autoridades, ativistas e representantes da comunidade judaica. Bolsonaro foi o último a discursar na solenidade.

Visivelmente emocionado, Bolsonaro comentou a decisão do filho, que está nos Estados Unidos há 20 dias. “Hoje está sendo um dia marcante para mim. (Com) o afastamento de um filho, que se afasta mais do que por um momento de patriotismo. (Ele) se afasta para combater algo parecido com o nazifascismo que cada vez mais avança sobre o nosso País”, afirmou o ex-presidente.

Eduardo Bolsonaro alegou ser alvo de perseguição por parte das autoridades brasileiras e disse que pretende atuar nos Estados Unidos para pressionar o governo do ex-presidente Donald Trump — de quem é aliado — contra o atual governo brasileiro. Sua licença do cargo foi oficializada mais cedo, e ainda não há prazo para retorno.

Durante o evento, Bolsonaro reforçou sua aproximação com o público evangélico e com a comunidade judaica, afirmando que “o exemplo de Israel está vivo em nossos corações” e que ele “sempre esteve ao lado de Deus”. Aproveitou a presença do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, para enviar um cumprimento ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Bolsonaro também citou com entusiasmo o fato de Trump ter cumprimentado Eduardo durante uma conferência conservadora realizada recentemente nos Estados Unidos, indicando a força das relações da família Bolsonaro com setores da extrema direita internacional.

A fala de Bolsonaro ocorre em meio a investigações que atingem seu entorno político e familiar, incluindo suspeitas de articulações golpistas durante seu governo. O afastamento de Eduardo e sua permanência nos EUA foram interpretados por aliados como uma tentativa de proteger o deputado de eventuais medidas judiciais.

O evento sobre o Holocausto foi marcado por discursos de preservação da memória histórica e combate ao extremismo, sendo usado também como palco político pelo ex-presidente para reforçar a narrativa de que o Brasil estaria sob ameaça de “autoritarismo”, uma expressão frequentemente utilizada por ele e seus aliados ao se referirem ao atual governo.



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