Aliados europeus prometem abater aeronaves russas que violarem espaço aéreo da OTAN

Nova York (EUA) – Em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas na última segunda-feira (22), aliados europeus da Organização do AtLântico Norte (OTAN) emitiram um alerta contundente à Rússia, que qualquer aeronave militar que violar o espaço aéreo da aliança será abatida.

O aviso, relatado pelo jornal The Guardian e endossado por países como Reino Unido e Polônia, ocorre em meio a uma escalada de tensões provocada por violações do espaço aéreo da OTAN por drones e caças russos nas últimas semanas.

O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, dirigiu-se diretamente à Rússia com uma mensagem clara

“Se outro míssil ou aeronave violar nosso espaço aéreo, deliberadamente ou por engano, e for abatido e os destroços caírem em território da OTAN, por favor, não venham reclamar aqui sobre isso”. disse.

Veja vídeo

Os recentes incidentes citados como causa do alerta incluem:

• Polônia (10 de maio): 21 drones russos invadiram o espaço aéreo polonês durante um ataque à Ucrânia. Caças da OTAN abateram alguns dos aparelhos, no que foi considerado o primeiro confronto direto de um país da aliança com equipamentos russos em seu espaço aéreo desde o início da guerra em 2022.
• Estônia (19 de maio): Três caças russos MiG-31 violaram o espaço aéreo estônio por aproximadamente 12 minutos, sendo posteriormente interceptados e forçados a se retirar por aeronaves da OTAN. Autoridades estonianas afirmaram que os jatos estavam “carregando mísseis e prontos para o combate”.

As violações alimentaram o temor entre os aliados de que o presidente russo, Vladimir Putin, esteja testando deliberadamente os compromissos de defesa e os limites de reação da aliança. A segurança dos países bálticos, que fazem fronteira com a Rússia, é vista como uma linha vermelha.

A ministra das Relações Exteriores britânica, Yvette Cooper, ecoou a posição firme

“Esses últimos atos são perigosos e imprudentes. Estamos prontos para tomar todas as medidas necessárias para defender os céus e o território da OTAN. Se precisarmos confrontar aviões operando no espaço aéreo da OTAN sem permissão, o faremos”. disse

Durante a sessão, o ministro das Relações Exteriores da Estônia, Margus Tsahkna, exibiu fotos em close dos caças russos e acusou Moscou de mentir sobre o ocorrido.

“A violação é cristalina, e a Rússia está mentindo novamente, como já mentiu diversas vezes”, declarou. A Rússia, por sua vez, rejeitou as alegações.

O novo enviado dos Estados Unidos às Nações Unidas, embaixador Mike Waltz, aproveitou a ocasião para reafirmar o compromisso inabalável de Washington com a defesa coletiva.

“Quero aproveitar esta primeira oportunidade para reiterar e enfatizar que os EUA e nossos aliados defenderão cada centímetro do território da OTAN”, declarou.

O episódio acendeu o alerta em Bruxelas e Washington sobre o risco crescente de uma escalada. Analistas apontam que, caso as violações se repitam, a probabilidade de invocação do Artigo 5 do tratado da OTAN aumenta significativamente.

Com informações de The Guardian, Associated Press (AP) e Agence France-Presse (AFP)*